Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

sexta-feira, junho 12, 2009

Standing on the shoulder of giants



Olá a todos.
Fiquei novamente um bom tempo sem escrever nada. E fiz muito bem. Minha vida estava meio estranha, mas agora passou.


Mentira minha. Ela está cada vez mais estranha. Mas fazer o quê. Está é a vida.

Uma grande novidade é que fui ao show de uma das bandas que mais me influenciaram musicalmente: o Oasis. Foi muito legal ver o meu herói do ensino médio, Liam Galhagher cantando pacas, olhando pra plateia como se fossem paulistas bocós e soltando vários "fucks". Sim, cada frase desse ogro vinha brindada com um sonoro "fuck": "fuck people", "fuck shoes", "fuckin soul"... etc etc etc. Ah... não façam cara feia. O Liam pode falar essas coisas.
Mamãe não gostou muito da idéia do show. Disse que eu estava misturando as coisas, que aquilo não era legal, que meu lugar não era ali, enfim, coisas de mamãe. Eu curto Oasis, mas na realidade, estava lá por que a musica dos caras me lembrava coisas de minha adolescencia: o lanche no João Luiz, as matadas de aula (quer dizer... aham... não minhas por que eu nunca fiz isso...), os jogos na via light, as piadas de Leonardo Pires, as colas durante as provas de matemática (Sim. Só passava em matemática colando. E dai?), a falta de contatos mais intimos com pessoas do sexo oposto e os consequentes filmes proibidos para meno... quer dizer, enfim, coisas de adolescente. Era legal sair da aula na sexta feira e depois de uma rodada intensa de the king of fighters (Viva o Iori Iagami!!!!!!) ter o Liam cantando "Tonaaaaaa- aaaaight, i'm a rock and rooooolllll star...".
A juventude de hoje não tem esses privilégios. Não existem mais bandas dispostas a quebrar o sistema. O máximo de revolução que a galera tem hoje são as malditas poses "hip hop" (fuck hip...) e os funks de bosta que infestam nossos ouvidos ("fuck the funk"?!?!?!) . Não existem mais jogos decentes. Toda a magia do flipperama se acabou com os malditas Lan house ("fuck laaansss... como diria Liam), onde idiotas ficam gritando táticas infantilóides para o colega que está da maquina 11. Hoje não se tem mais a sensação de lutar por sua ficha que custou miseros 30 centavos, mas que valia todo o império norte americano (e mais o Canadá). Lembro-me de jogar flipper, e ao mesmo tempo em que meu cérebro mandava comandos alucinantes para minhas mãos, eu tinha que vigiar minha mochila, empurrar levemente meu adversário da "alavanca 2" que além de cheirar mal, ficava roçando o braço no meu com seus movimentos tresloucados para controlar Kyo Kusanagy. Era demais. E quando vc achava que tinha vencido seu oponente, outro se aproxima e coloca outra ficha. Melembro de ter tomado uma surra de um moleque que vendia balas em N Iguaçu e só tinha um unico braço. Safado. O moleque destruia a gente no jogo e ainda vendia as balinhas pra gente.
Tudo isso ao som de "Live Forever".

Me lembro de como burlavamos a burocracia stalinista dos lanches da escola que não nos deixava repetir nunca. Levavamos casacos e a cada "me dá um lanche", usavamos o casaco de forma diferente: ora com o capuz, ora sem o capuz, com o casaco ao contrário, com ele amarrado no pescoço igual a um tiozinho, e as tias ao notarem nossa engenhosidade, nos davam o que queriamos. Quer dizer, quase tudo.
E com "Cigaretes and alcohol" rolando no walkman.

Me lembro dos "guardas gays": um casal de seguranças do colégio que sempre escapulia para dentro de um matagal que existia atrás do colégio...
E "Don't go away" rolando...

Um dos momentos mais sinistros do ensino médio foi quando Leonardo (que foi o cara que foi no show do Oasis comigo) ao se deparar com uma prova de português massacrante teve uma brilhante idéia: o professor era um desses vovôs catolicos carolas que só ia dar aula de camisa social bem passadinha pra dentro da calça e por qualquer coisa soltava um "aiminhasantavirge". A prova era sobre orações subordinadas, assindéticas e afins... sei lá pra que serve esta bosta ("Fuck this shit". Liam de novo). Ele não sabia a resposta de nenhuma delas (ou sabia? o cara é um genio do mal... enfim.).




A questão era simples:


4- Classifique as orações abaixo:




E a saída foi fantastica.




Eis as respostas lacônicas de meu caro colega.




a) "O menino foi a praia ver o sol."


Resposta- É preto velho.




b) "O rapaz estava em casa com sua familia, mas foi embora depois do almoço."


Resposta- Tranca rua.




c) "Li sobre o novo filme e me interessei."


Resposta- Exu caveira.




d) "Aonde iremos se tudo está fechado, Matias?"


Resposta- Oxóssi.




e) "Caramba, babei tudo".


Resposta- Maria mulambo.




f) "Nunca te vi, sempre te amei".


Resposta- Zé pilintra.




Quando o professor foi entregar a prova, o desespero estava estampado na cara dele. E o ar meio blasé de vitória estava escancarado nas feições draconianas de Leonardo.
A turma veio abaixo ao ver a prova.
Imagina o cara corrigindo isso?!?!?!
- "Aiminhavirrrgeee...."
E fomos embora ao som de "Go let it out".

Putz.
Viu? um simples show pode te fazer lembrar de coisas muito boas.




Um gde abraço a todos.
Ah! e um alô pra galera dos cursos Fator e Educarte que lêem os textos. Torço por vcs! [mesmo as vezes esquecendo seus nomes, mas vcs dão um desconto né?... ;)]

TgS

"Enquanto imploramos e roubamos e pegamos emprestado

A vida é acertada e errada, e isto

Eu espero, eu acho, eu sei

E se eu ouvir os nomes que você chama

Se eu tropeçar, pegue-me quando eu cair

Porque depois de tudo, você nunca esquecerá meu nome..."

I Hope, I Think, I Know
Oasis



5 Comments:

Blogger ' Liisley said...

Primeeiro Comentário.. o/

Só quero dizer que .. como sempre.. vc esta sempre inspirado.. e muuito filósooofo..
eu ADOREI!

haha~
Beeijão!

Ah.. e a história da suua mãe.. kkkk, leembrei da minha vózinha.. ela sempre colocava poréns quando eu queria sair... =D mas MÃE é MÃE.. ^^

6:48 PM  
Blogger Jonathan Bassut said...

Este comentário foi removido pelo autor.

7:25 AM  
Blogger Jonathan Bassut said...

Cara, eu sou fã desse blog.

Quanto ao lance da juventude de hoje em dia, nós (pessoas) sempre teremos essa coisa de "no meu tempo que era bom", "A juventude de hoje só quer saber de besteira", Et cetera... E quando penso assim, dou razão ao meu pai e meu avô. Talvez o tempo deles tenham sido melhores mesmo. Os meus foram bons. Mas é chato demais ver crianças de menos de 12 anos o dia inteiro em uma Lan house jogando Counter-strike ao som de Mc serginho.

Mas graças a Deus, existem as pequenas minorias. Essa que se recusa a ouvir funk, jogar cs e MU (esse último é o pior)...

Graças a Deus existe uma minoria que evolui enquanto todo o resto parece regredir a cada geração.

7:27 AM  
Blogger Vinicius Antunes said...

texto excelente, criativo e engraçado

abraço Tiago :D

6:11 PM  
Blogger Unknown said...

Caraca Tiago! Faz tempoq ue eu não passava por aqui, mas adorei os textos!!! Ese então, muito engraçado, muito bom!

Lembrei de como eu tbm jogava em fliper, e minha mãe brigava comigo pq só tinha guri, rs, hoje em dia não tem mesmo mais essas coisas!

beijo, até amanhã, figura...

3:35 PM  

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