Synchronicity
Cabe aqui, depois de um loooongo tempo sem postar nada, colocar nesse humilde espaço mais uma das minhas "teorias insolitas". No caso, a teoria não é nova: já foi abordada por um obscuro discipulo de Freud chamado Carl Gustav Jung (?!?!?!), mas eu a abordei de uma forma diferente. A teoria é interessante, embora tenha servido só pra mim.
Tudo começou em meados de 1998, quando entrei na Escola Técnica Estadual João Luiz do Nacimento. Eu nunca quis entrar naquela escola: tinha estudado desde sempre no ABEU (na época, uma escola pra quem tinha +$$$), e na minha cabeça, quem estudava em escola publica era -$$$. Eu não queria, mas fiz a prova. E passei. Começei a estudar lá e aos poucos minha cabeça foi mudando: a escola era fantástica, a minha turma era fabulosa (a maior concentração de alucinados por metro quadrado da história daquela escola, é só procurar no Guiness, pág. 171), os professores muito bons (embora nós não respeitassemos todos...), a média "pra passar" era altissima (o que nos fazia ter uma especie de sensação de superioridade sobre os demais, principalmente sobre a galera do Monteiro Lobato, colégio que ficava ao lado). Enfim. Era muito bom.
Foi lá que reu descobri o que era a tal da "Synchronicity". Vou explicar melhor. No João Luiz eu entrei em contato com essa teoria através de um disco de uma banda chamada "The Police" chamado "Synchronicity". Esse titulo me deixou encucado durante um longo periodo, até que consegui descobri do que se tratava. Nessa época eu tinha um colega de turma chamado Manoel (já escrevi sobre ele aqui no blog....) e ele era um fissurado por rock. Mas cortando essa história, certa vez fui a um ensaio de uma banda chamada "O Beco" (sim... o Beco... que raio de nome é esse...) e escutei uma música de um tal de Paralamas do sucesso chamada "Uma brasileira". Tempos depois fui descobrir que o baterista do Paralamas, João Barone, era muito influenciado pelo baterista Stewart Copeland, que era de um grupo chamado The Police. Voltando ao Manoel, ele me levou a uma loja de discos, e qual disco estava na frente de uma das pratilheiras?
Gretchen...
Brincadeira...
Era o album "Synchronicity" do The Police.
Qual o espaço de tempo entre um evento e outro?
Quase três anos...
Grosso modo, a teoria da sincronicidade não acredita em coincidências e determina que nada acontece por acaso. Tudo, de certa forma, é fruto de imagens que alcançam a consciência de forma direta ou indireta, através de sonho, associação ou premonição, e que uma situação prática e objetiva tem o conteúdo coincidente com essas imagens. O que descartaria, por si só, a hipótese da coincidência, no sentido das coisas acontecerem por acaso. Na sincronicidade não há acaso. Tudo, o carro que passa na rua antes de você atravessar, uma ligação telefônica, uma estrela cadente, efeitos sem causa, lógica inflexível, absolutamente tudo está inconsciente e intimamente conectado. O dia a dia monótono e tristemente repetitivo de uma família de um subúrbio qualquer, o trabalho de uma fábrica, tudo isso está interligado pelo fenômeno da sincronicidade. É aquela velha história: algo aparentemente pequeno, pode significar muito.
No meu caso, descobri que dentro do rock as coisas não acontecem por acaso. Já disse (e tive eco) que há coisas que só o heavy metal pode nos proporcionar. Mas recuo e refaço: há coisas que só o rock pode nos proporcionar. E a sincronicidade sempre nos leva ao encontro daquilo que queremos dentro do rock.
Explico. Se você curte uma banda e tem dificuldade de saber mais sobre ela, pode ficar tranqüilo que ela vem até você. Com ou sem o seu esforço, logo vai parecer alguém, uma rádio, um programa de TV que vai te contar timtimtim por timtimtim. Logo você vai ter um ou outro disco na mão e vai estar vendo esse grupo tocando ao vivo, numa formidável seqüência de eventos não casuais. É a sincronicidade do rock’n’roll. O exemplo pode hoje parecer anacrônico, numa época de tudo despejado na Internet. Mas nem sempre foi assim. E nem hoje é assim, se considerarmos que quem tem acesso à Internet é ainda minoria. E que nem tudo está disponível na web. Sim, até na grande rede – quem diria - há o underground, o incógnito, o obscuro.
Explico. Se você curte uma banda e tem dificuldade de saber mais sobre ela, pode ficar tranqüilo que ela vem até você. Com ou sem o seu esforço, logo vai parecer alguém, uma rádio, um programa de TV que vai te contar timtimtim por timtimtim. Logo você vai ter um ou outro disco na mão e vai estar vendo esse grupo tocando ao vivo, numa formidável seqüência de eventos não casuais. É a sincronicidade do rock’n’roll. O exemplo pode hoje parecer anacrônico, numa época de tudo despejado na Internet. Mas nem sempre foi assim. E nem hoje é assim, se considerarmos que quem tem acesso à Internet é ainda minoria. E que nem tudo está disponível na web. Sim, até na grande rede – quem diria - há o underground, o incógnito, o obscuro.
Vou dar um exemplo: certa vez estava na casa de um primo meu, e ele estava com uma galera escutando um cd obscuro. Mas eu me lembro de algumas músicas do cd, só não sabia seus nomes na época. Escutei, caguei e andei. Mal sabia eu que aquilo iria me acompanhar durante um longo tempo, mesmo que incoscientemente. Descobri mais tarde que uma das músicas era de um grupo famosissimo na época: a música era "Hunting High And Low" do A-ha. Um dos grupos que eu mais gosto hoje. (sim, é brega, mas eu gosto...rsrs). Sem nenhum esforço, a musica desse grupo fisgou meus ouvidos. Anos depois me pegou comprando um dvd do grupo e na hora aquela lembrança me veio a memória. Sem querer, uma musica que eu escutei em meados dos anos 90 faria diferença na minha vida.
Synchronicity
Outro exemplo:Desde pequeno, a capa de um disco me chamava a atenção. Não sei porquê. Sempre que eu passava, lá estava aquela capa. Esse ano fui decobrir que o "cara da capa" se transformou num dos meus cantores favoritos. O nome dele?
Rick Astley...
Outro exemplo:
Você está lendo esse texto agora... o que será que ele vai adicionar a sua vida?
Synchronicity....
1 Comments:
Interessante essa teoria...
Não acredito 100% nela, mas sim, acredito que tudo está conectado de alguma forma, porque provavelmente coisas aparentemente insignificantes causam efeitos em nós, e talvez esses efeitos sejam bem significativos...
Bom... falando de rock, ele que veio atrás de mim, eu até me interessava, mas não sabia como conhecer mais, não foi apenas uma banda, foi a imagem do rock, com todos seus objetivos e beleza e força (opa! nem tudo que é rock é belo e forte, mas tirando a massa comercial, considerando o que eu gostaria de chamar de "verdadeiro rock", por ser verdadeiro pra mim)... no meu caso eu tive muita sorte, porque a mesma pessoa que me apresentou o rock é músico e se tornou meu melhor amigo... porém o que eu sei é ainda muito pouco.
Qual a parte da teoria que eu acho que pode estar um pouco falha? A de que não acontecem coincidências... acredito que acontecem, mas que elas se tornam significativas na vida. Há algumas pequenas atitudes que podem mudar nossa vida, eu vejo as mais gritantes na minha vida, coisas que eu não quis fazer e acabei fazendo, coisas que eu me recusei a fazer... acontecimentos que vieram sem aviso prévio me pegando de surpresa... tudo me fez mudar de alguma forma, muitas vezes inconscientemente, outras por que eu vi necessidade... mas são coisas que poderiam não ter acontecido, eu não seria a mesma de hoje, mas tudo dependia das minhas escolhas...
Pensando em não haver acaso, o que haveria é destino... se as coisas viessem sozinhas para as nossas mãos, seria destino, e eu não acredito em destino... seria a teoria de pagodeiros de "deixa vida me levar"...
Talvez tudo não esteja ligado, mas quando as coisas acontecem nas nossas vidas a nossa mente faz com que elas se liguem, pelo menos dentro de nós.
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