Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

domingo, setembro 11, 2005

Cegueira (parte II)



O Genesis foi uma banda inglesa de rock progressivo muito louca da década de 70. Tenho todos os cds desses caras, principalmente por que começei a tocar bateria influenciado pelo batera deles, um cara chamado Phil Collins. As letras do grupo são sinistras, o instrumental é atordoante, o grupo era perfeito. E o vocalista? putz...
Ele era um cara chamado Peter Gabriel (tem uma foto dele nesse blog, é um carequinha de cavanhaque... dá uma olhada...). O cara era o centro das atenções, sua performance era altamente teatral, e suas vocalizações eram excelentes, o que fazia com que os outros músicos ficassem meio escondidos, por que as criticas falavam mais das performances assustadoras de Gabriel, e nunca dos músicos. Só que num belo dia o jornal inglês Melody maker anunciou uma bomba: "Gabriel out!".
Gabriel tinha saido da banda.

E agora?
O desespero era tanto que pensaram até mesmo em virar um quarteto instrumental. Nada de vocais então. Mas decidiram continuar. Eles começaram a testar inúmeros vocalistas. Mas nenhum dava certo. Até que eles notaram que o cara que passava as músicas para os candidatos durante os testes era muito melhor do que os próprios candidatos. Era o baterista. Isso mesmo. Aquele sujeito apagado que fica atrás de um monte de tambores e pratos lá no fundo do palco. O nome do batera em questão era Philip Collins.
Eles estavam tão traumatizados e frustrados com a saída de Gabriel que não perceberam durante um longo tempo que o substituto a altura estava ali, cantando pra eles a meses!
"Cambada...por que não pensamos nisso antes?!?! Phil Collins!
E nós muitas vezes seguimos o mesmo caminho... Precisamos apanhar durante um longo tempo pra perceber que a saída estava ali na nossa cara. Um filósofo chamado Nietzsche disse certa vez que “Só depois de deixarmos a cidade, é que veremos a que altura estão as nossas torres”. Às vezes é preciso se afastar do nosso abrigo para vermos que a saída que tanto precisamos estava do nosso lado.
E essa busca, muitas vezes é uma jornada que precisamos fazer sozinhos.
Na história do livro “O Senhor dos Anéis”, no inicio foi criada uma sociedade: saíram nove para conduzir anel até Mordor, mas somente um (Frodo) poderia destruí-lo. E o único local onde o anel poderia ser destruído era exatamente a casa do inimigo. Justamente por que ele estava tão desesperado para recuperar o anel que não conseguia vigiara sua propria casa...