Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

quarta-feira, setembro 07, 2005

Meu Precioso!!!!!


Leitura do momento: O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien).
Não há adjetivos suficientes para descrever essa verdadeira obra prima do gênero humano. Sabe aqueles livros que você começa a ler e ele não te deixa parar? A impressão que eu tenho é que a história tem vida própria... ela te prende do início ao fim. Vi os três filmes, mas nada se compara ao sabor de descoberta que essa obra tem: mesmo que o filme seja o mais fiel possível à obra, o livro sempre tem uma carta guardada na manga, detalhes novos, conceitos herméticos e uma sensação de mistério que acompanha cada virada de página... Confesso que a muito tempo não sentia isso de uma obra literária (posso dar dois exemplos de livros que eu me lembro de ter ficado assim: a “Divina Comédia” de Dante e “Paraíso Perdido” de John Milton). Realmente é um livro que deve ser lido atentamente (embora nos convide a trilhar suas páginas de forma diletante), pois suas lições sobre coragem, união, sabedoria e honra devem ser seguidas por nós, reles mortais. È engraçado notar que de todos os povos que receberam os anéis, nós, homens, fomos os únicos a perdê-los por causa da busca estúpida de poder: os elfos os guardaram, os anões foram derrotados, nós... brigamos por um poder que estava em nossas mãos... Tanto que o único que teve a capacidade de destruí-lo foi um ser quase boçal: um Hobbit... (pelo menos não foi um soldado chamado Rambo... rsrs) Na teoria, nós, homens salvamos o mundo. Descobrimos teorias de conspiração, desviamos asteróides, botamos naves alienígenas pra correr, derrotamos exércitos, interceptamos mísseis, tomamos aviões antes seqüestrados por terroristas, arrasamos corações, resgatamos a princesa, recebemos medalhas, desfilamos com nossos estandartes. Entretanto, esses são delírios oníricos. Na realidade, não conseguimos nem mesmo proteger nós mesmos de nossos próprios desejos... Nossos desejos de vitória, de vingança, de sangue, de poder. O nosso lado negro sempre aflora, e sem um domínio correto, sempre iremos ceder a ele. Essa é a essência animalesca do ser humano. Instinto. Mas nem mesmo essa tendência animalesca tem nos ajudado.

No episodio das Tsunamis, uma coisa chamou a atenção de todos: não foi encontrado um único animal morto. Nenhum. Todos os animais fugiram da região antes mesmo do desastre acontecer. Animais em cativeiro romperam as grades e fugiram. Cães latiram o dia inteiro. Gatos subiram em árvores. Pássaros voaram para longe. Animais selvagens foram para as colinas.
E nós homens, a raça mais avançada de todo o universo, não percebemos nada. Nada. Quando as águas retrocederam nas praias, anunciando: “Ei... humanos! Sai daí que vai dar merda!”, turistas continuaram a tomar banho tranqüilamente. E tirando fotos... e filmando... e respirando... e tratando tudo com a arrogância típica dos homo sapiens. - “Esqueceram? Os animais não pensam!”. Sei...
Quando o Tio Noé, lá nos tempos imemoriais, chamou a galera pra Arca, quem é que foi? Os homens? Só reagimos aos estímulos externos depois que eles acontecem. - “Vambora cambada! O tempo ta fechando! Vai chovê... vai chovê...”. Já os animais não... na primeira buzinada foram em fila indiana pra dentro do “barquinho engraçado feito pelo velhinho excêntrico”.
...
Freud estava certo.
Não conseguimos nos proteger nem de nós mesmos.

De vez em quando me pergunto se não existe um Céu pros animais... Pode parecer blasfemo, mas raciocina: Se existe um só pra gente...