Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

quinta-feira, setembro 29, 2005

um conto de terror (?!)


Tenho esse texto a um tempão... mas resolvi colocá-lo agora, no fim de ano, em comemoração a proximidade da prova da UERJ...
quem não é do curso vai ficar boiando, mas fazer o quê...
Um abraço!
Nova Iguaçu.
Seis horas noite.
Inverno...
Mario, o professor de geografia mais tranqüilo e educado do nosso pré-vestibular caminha em direção as escadas do QG da Fundação Educarte. Nosso herói esfrega as mãos, o frio é intenso... ele odeia isso. Ele olha pra suas mãos: estão amareladas. Ele odeia isso. Um leve palavrão sai por entre seus dentes, bem de leve, pra não incomodar seus próprios pensamentos... ele odeia o inverno,
- Tempo desgraçado... - ele diz. Ele odeia o frio.
- Eu odeio tudo...
Ele sobe as escadas. -“Odeio escadas”- ele diz. Assim como odeia alunos que conversam em suas aulas... ele sabe que se pudesse mataria todos... - “alunos de uma...” - ele diz e pára no inicio da escada, e ri de si mesmo: “-Há, há, há...” - nem ele se agüenta às vezes. Sua cabeça balança de um lado pra outro como se negasse alguma coisa, mas ela só confirma sua única idéia no momento: “-Há, há, há, eles vão ver... faltam 2 dias pra Uerj... Há,há,há, h...”. Para ele, aluno bom é aluno morto...
-Ah.. se eu pudesse... eu mataria tod... mas que porréessa?!...
Sua sessão de loucura (e de palavrões) é interrompida por uma estranha visão.
A porta da fundação está aberta.

?

Seus lábios, antes preenchidos por um sorriso incandescente, murcham para um biquinho questionador.
“- A porta nunca fica aberta...” Ele lembra que um dia ficou uns 5 minutos tocando a campainha. Pouco para uma pessoa comum, uma eternidade para Mario, o professor de Geografia mais tranqüilo e educado no nosso pré-vestibular.
Ao entrar (com o pé direito), ele se depara com uma cena digna do mais profundo circulo o inferno de Dante, uma cena que levaria consigo até os últimos instantes de sua (breve?) existência: deitados no chão frio da sala e formando um triangulo escaleno, Marcio (o coordenador), Leonardo (tio de matemática) e uma mulher que ele não conseguiu identificar devido ao rosto estar completamente mutilado. O primeiro, com sua jugular completamente dilacerada: o sangue embebia as roupas e o chão, que era todo de taquinhos muito bem organizados. Mario observou que ele trazia nas mãos o quadro de horários completamente amassado, e nos seus olhos claros, envoltos num projeto de armação de óculos com as lentes estilhaçadas, uma expressão de pavor que a morte ainda não levara... Leonardo, professor de matemática e dublê da Alcione nas horas vagas, o “marrom bombom” do curso, estava em cima de Marcio. Mario chegou a pensar uma bobagem (“hum... fizeram merda... isso que deu né?...”), pois os dois se encaixavam perfeitamente... mas seu delírio é paralisado por uma visão aterradora: as costas de Leonardo estavam completamente retalhadas, formando números e triângulos que se misturavam com os fiapos de camisa amarela que foram brutalmente rasgadas... “- Faca... tem uma faca no meio disso...” Mario raciocina friamente, mas seu raciocínio se perdeu quando ele visualizou a mulher: seu rosto estava completamente mutilado:
– “Nem mesmo Pitangy conseguiria reconstituir isso...”
Mario pensa e esboça um sorriso que rapidamente se desfaz: a moça estava com um livro de português ao seu lado, seus braços estavam com marcas roxas, a visão era terrível. As roupas estavam intactas, por mais absurdo que isso pudesse parecer para ele, mas o corpo mostrava sinais claros de luta. A posição que o cadáver (-Muito bem torneado, diga-se de passagem - (nem mesmo nessa situação ele para de pensar bobagem...) se encontrava era escabrosa... parecia que a pessoa tinha sido literalmente largada de uma altura imensa...
A mente dele não consegue captar a intensidade daquilo.
Ele sente vertigens.
Mario no auge da loucura tenta fugir daquele inferno, mas suas pernas lhe faltaram, o sangue parece que congelara nas suas veias, impedindo o mínimo movimento. Antes que pudesse organizar seus pensamentos confusos, desmaiou sobre o corpo gélido dos infelizes.
Breves segundos (que pareciam horas) se passaram, até que despertou e, ainda atormentado, viu que perto da mão da moça, o sangue tomava contornos imprecisos, mas que pareciam estampar uma mensagem, como se segundos antes do sopro da morte, a moribunda tivesse tentado escrever algo com o precioso liquido que dela se esvaia. A dor a proximidade da morte certamente tornaram dificultosa essa intenção, pois era muito difícil entender o que estava escrito, até mesmo para um decodificador de mapas como era o caso de Mario. Nosso herói foi decodificando letra por letra até que organizando a grafia desconexa, consegui identificar uma mensagem que o intensificou ainda mais seus calafrios: em sangue seco estava escrito em letras de morte:
“F... R... a.... N... c...”
Mesmo que fosse evidente que a suposta professora de português tivesse morrido antes de completar sua tarefa, os números e sinais que mais pareciam formulas no corpo de Leonardo lhe pareceram de uma clareza mórbida e inconcebível que preferia não aceitar.
Mario escutou um gemido... –“huhuhuaaaa....” - rapidamente ele associa o timbre de voz a uma pessoa muito conhecida... - “Eduardo!” - ele reconhece a voz... Era ele! O coordenador da fundação... e após isso, escutou um breve sibilar de uma lamina... seguido de um barulho seco, como um corpo que caía. Ele também escuta um arremedo de música. Uma melodia que naquele momento, foi o mais próximo do inferno que ele podia chegar:
- Você pra mim foi um sol... como uma noite se fiiiiim...
Movido pelo desespero, Mario se ergue e percebe que trazia em seu corpo o sangue daquelas pessoas, e ignorando o sabor acido que invadia sua boca, virou-se a fim de fugir daquilo... (“quem sabe ainda daria tempo de dar aula para aqueles infelizes no pré” - Ele pensa), entretanto, seus ímpetos de fuga se frustraram ao perceber a pior visão que o ultimo dia de sua vida reservara: na porta, com um sorriso insano e inexpressivo, estava ele... o louco... como um demônio fugido do interior do mais profundo e denso inferno:

Francisco...

- “Chiquinho seu filho da ...”.
A resposta, seca e insana, vinda do outro lado do ambiente corta o ar como uma lamina de um samurai.

- “Queisso.....”

No rosto, um sorriso onde a sanidade já fugira a tempos...nas roupas, além de uma rodela de suor nas axilas, sangue coagulado... seus óculos estava com gotas de sangue, como um pára-brisa tivesse espalhado o liquido pelas lentes daquele demônio.... seu corpo balançava em um ritmo frenético... na mão esquerda, um punhal que ainda gotejava... na mão direita, um bilhete, onde Mario, já rezando a todos os deuses que ele lembrou naquele momento consegui ler aquelas que seriam suas ultimas palavras:
“Tiago, você é o próximo...”

Só restou a Mario rezar. Uma ultima prece. Enquanto o assassino gritava freneticamente...
“Tiago, você é o próximo...”
“Tiaga, você é o próximo...”
“Tiago, você é o próximo...”
“Tiaga, você é o próximo...”

HUAAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA!!!!!


A risada veio acompanhada de uma musica que lembrava vagamente uma melodia cantada por duas meninas que atendem pela alcunha de “Sandy e Junior”.
A lâmina segue uma trajetória ascendente, enquanto seu portador caminha lentamente em direção a Mário. Imagine, um psicopata andando e sorrindo diabolicamente para a sua vitima...
Mario tenta correr... mas não consegue...
Francisco sorri e com um dedo indicador ainda gotejando de sangue, faz um sinal de “silencio”.
- SHIIII...

Mario está perdido.

Uma oração preencheu o antro de morte...

Uma oração...

Inútil...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Eu sabia que vc já era meio sinistro kr + nem tanto assim!!!A sua história tá muito doida...Até a minha mana ficou com medo _ só não sei ainda de qm ! de vc ou do Francisco!!!rsrsrsr
Seu jeito calmo, descontraído, esconde essa mente... hum, "inspirada".Vc me disse q iria colocar no blog uma história meio esqsita + a esse ponto huahuahua...!!!E logo antes da Uerj...E esse problm com o Francisco heim, pessoal e sentimental d++ - O q vcs tm tanto um contra o outro,isso é esqsito! humhum...-
+ Tá super d++ essa historia parabns!!!!

1:41 PM  

Postar um comentário

<< Home