Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

quarta-feira, novembro 30, 2005

"Lava uma mão lava outra lava uma Mão"!!!!!!!


Eu odeio piscinas de plástico.
Por quê?
Porque elas representam tudo aquilo de mais imundo que existe num ser humano. Isso mesmo. Elas são uma afronta a capacidade pensante de nós, homo sapiens, elas são um instrumento da dominação, elas são azuis, elas são maléficas, elas destroem casamentos, elas machucam pessoas, elas dão trabalho para montar, elas são... elas são... elas são do mal, pois englobam num quadrado de 3X2m, um paraíso de pobretude suburbana. As piscinas de plástico estão entre os artefatos mais horrendos que o ser humano já produziu, sendo devidamente acompanhadas nessa lista por diversos instrumentos de destruição e engodo. Podemos apontar algumas das suas companheiras somente a título de curiosidade, sem hierarquias:
a) A bomba atômica (essa é líder...).
b) A boneca inflável (que coisa horrorosa... e tem gente que gosta...).
c) O cartão de crédito (sem comentários... quanto você pagou na sua ultima fatura? Hein?... hein?...).
d) Trakinas de Morango (invenção do capeta... e vicia... é sério...)
e) Coca Cola (se tem uma bebida no inferno é essa... mas lá ela deve ser servida bem quente... argh... tô fora...).
f) Orkut (bad server... bad server… Quem tá viciado levanta mão…).
g) Biscoito Fofura de cebola (“comeu, grudou…” não necessariamente nessa ordem...).
h) Celular (tira foto, grava sons, faz download, passa roupa, faz massagem, modela o bumbum, alisa o cabelo, corta as unhas e ainda serve de guarda chuva!! Pra quê isso tudo?!).

Bom, só pelas companhias (e olha que eu fui bem legal e escolhi umas poucas... pode deixar que qualquer dia desses prometo que faço uma lista completa) já deu pra ver que as piscinas de plástico são uma ameaça a nossa permanecia na terceira pedra depois do sol. Vou explicar o porquê disso tudo.
Desde de pequeno, não sei que impulso me leva para longe dessas supostas “belezas” do mundo capitalista. Nunca fui muito chegado em piscinas, mas por incrível que pareça, fiz natação dos três anos de idade até os 14 anos.
Oh!!!!!!
Sim, fui um patinho na lagoa até os 14 anos,.Imaginem eu de cuequinha de natação... sim... era lindo... é obvio que eu não era tão fresco a ponto de nadar com aquelas toucas ridículas, mas eu nadava bunito! Tirando o fato de que meu professor de natação entrou na piscina somente duas vezes em 11 anos de aulas (uma para salvar um suposto afogado e outra porque empurraram ele na piscina) tudo corria muito bem. A piscina ficava no malfadado “Heliópolis Atlético Clube”. Sim... esse antro do funk carioca foi o meu lar durante longos anos de braçadas e pernadas (e câimbras também... me lembro da primeira vez que tive uma, no meio da piscina, na parte inferior da coxa direita... foi muito maneiro... aconselho você a ter uma câimbra... só quem já teve uma sabe a sensação engraçada que é... embora doa um pouquinho, mas isso é outra história... garanto, sua vida nunca mais será a mesma...). A piscina era gigantesca, 25 metros por 50. Medidas olímpicas, e era funda pra cacete, e mesmo assim eu encarava numa boa. Toda quarta, quinta e sexta feira eu estava lá... até no frio tava lá eu, vagabundo de marca maior, nadando igual um pato numa banheira. Isso pra não falar que o Clube tinha banhos públicos. Imagine a piscina como ficava depois de estar recheada de funkeiros e pagodeiros... rolava de tudo ali, e o pior, nós fazíamos aula depois desses verdadeiros “banhos romanos”, nadávamos entre camisinhas, fios de cabelo e copos plásticos. Faltou pouco pra um dia começara aula e ter um cadáver no meio da piscina...
Mas esse não era o problema.
O problema era a piscina de plástico que tinha aqui em casa.
Minha mãe num belo dia, cismou de comprar uma piscina de 3000 litros. Fizeram uma espécie de pesquisa de boca de urna aqui em casa em pleno almoço de domingo, e para o meu azar, quase todos concordaram em comprar essa abominação em forma de plástico azul. Os únicos que votaram contra (na realidade os únicos que pararam de mastigar durante o almoço para tentar dizer alguma coisa) foram meu avô e eu, mas fomos votos vencidos: eu por ser muito novo e meu avô por ser muito bêbado... (podem ficar tranqüilos, para alegria de todos, vovô está na Igreja hoje...). Imediatamente fizeram o famoso “rateio” e compraram a piscina.
Foi uma festa.
Ela chegou meio que tímida, numa caixa de papelão repleta de palavras em inglês, mas com um “MADE IN TAIWAN” bem pequenininho no canto da caixa, o que já me deixou meio desconfiado. Os problemas começaram na hora da montagem. Quem já montou uma piscina de plástico sabe que é uma atividade enervante. É tanto pedaço de ferro oco, é pedaço de ferro que some, é pedaço que dobra, é pedaço que não dobra, é peça que não encaixa, você coloca uma peça a outra solta, uma bate na sua perna quando você passa, outra para embaixo do plástico, o cachorro começa a latir pra estrutura de plástico que começa tomar forma no meio do quintal, as crianças aplaudem sorrindo (meu irmão e minha prima pulavam e batiam palmas no meio do quintal, para o meu desespero), meu avô passou com um olhar e reprovação, prontamente correspondido por mim, mas enfim... terminamos a tarefa hercúlea de montar a piscina. O resultado foi esplendido.
Franz Anton Mesmer (1733-1815) defendia uma teoria segundo qual todo ser vivo seria dotado de um fluido eletromagnético capaz de se transmitir a outros indivíduos, estabelecendo-se assim, influências psicossomáticas, inclusive com fins terapêuticos. Acho que foi isso que aconteceu com a minha família. Todos ficaram como se aquela piscina fosse algo de outro mundo... era algo inexplicável... a alegria inundou o nosso quintal. Ela estava lá, meu pai retirou as havaianas falsas e entrou, e imediatamente começou a bater nas paredes da piscina para que ela pudesse tomar forma de “piscina” e ligou a famosa “borracha” (para quem não sabe, vai uma explicação diretamente do Aurélio: todo pobre que se preze tem uma torneira com água diretamente vinda da rua sem passar pelo registro da CEDAE, e essa água é utilizada para banhos individuais (ou em situações especiais, coletivos) no quintal em dias de sol escaldante, períodos de bronzeamento com coca cola no lugar do bronzeador, momentos de esfregação de roupas e até mesmo [isso raramente] para manter a higiene do ambiente, além de servir para dar banho nos cachorros. Vide: verbete “pobre”). A alegria durou até a hora de tomar banho.
Todos indo pra piscina, que estava cheia até as bordas, quase estourando... Biquínis, cuecas de banho, borracha a postos, basicamente tudo pronto. Primeiro, nem todos se lembram que para entrar numa piscina é necessário tomar um pequeno banho fora dela: num momento de euforia mesmerizante, meu pai veio correndo pelo meio do quintal e mergulhou na “menina”. Uma barrigada espetacular.Água pra tudo quanto era lado. Minha mãe tentou conter a criançada. Nem preciso dizer que ninguém escutou a dona Florinda gritando. Água pra lá, água pra cá, borracha dentro da piscina, borracha fora da piscina, alisa cachorro e mete a mão dentro da piscina, bolhas que emergem do fundo de fossas submarinas trazendo consigo gases terrivelmente mortais, sai da piscina, entra na piscina, come biscoito na borda, cai um pouco de coca cola na piscina...
Nisso eu apareço de short na porta de casa.
- Vem Guinho! A piscina ta ótima!
Nesse exato momento uma cena digna de Spielberg.
Meu irmão tinha acabado de dar um mergulho, ele se ergue na piscina. Ele sacode a cabeça como aqueles atores hollywoodianos quando saem da água do mar depois de um mergulho divino. Quando olho seu nariz... uma substancia verde se estende até mais ou menos seus lábios superiores, misturando-se a baba que escorria da sua boca e o pior. O short do moleque tinha arriado. E o pior. Ele estava de boca aberta durante seu mergulho de Jacques Costeau. Ele simplesmente expulsou toda a água da sua boca numa cusparada. Pra onde?
Isso... pra dentro dela... da piscina azul com detalhes em amarelo e peixinhos com cara de Nemo.
Eu caminhei em direção daquela verdadeira caixa d’água e observei que ela tinha perdido todo aquele aspecto cristalino de antes e adquirido uma coloração que eu chamei de “arco íris”: a oleosidade era tão grande naquela coisa que a água além de estar turva, apresentava uma gama de cores.Era quase um caleidoscópio.
Nem preciso dizer que eu tentei fugir, mas me obrigaram a entrar sob acusações inverídicas de “porquice aguda”. Além de gritos de “Cascão” e conselhos sobre a necessidade de mudar a tonalidade “amarelo cor de peido” da minha pele.
Depois disso tudo, quem é que teve de limpar a piscina? Hahaha...
Eu.
Eu sobrevivi.
Entenderam porque eu odeio piscina de plástico?
Se não entendeu, compre uma e veja você mesmo.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Essa é d+, vc exímio nadador?!
deve ser um daqls campeões de mergulho na piscina de plástico... acompanhado de mineirinho e fofura de cebola huahuahua.Quando eu puder falr com o ramon tenho q lembrar dessa historia!!
Guinho é? q apelido + foffinho rsrsrsr, o Franscisco deveria saber dess apelido ia fikr emocionado!!!
brinkdrinh...

7:20 PM  

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