Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

sexta-feira, novembro 11, 2005

Xinforínfula


Passei um tempo sem postar nada. Sinceramente não estava encontrando um assunto “decente” para postar. Ultimamente meus textos estão muito “engraçadinhos”, logo, queria um assunto mais calmo, sabe? Algo diferente das bobeiras que eu tenho escrito. Não que tudo o que eu escreva seja de suma importância para a existência de alguém, mas simplesmente achei que deveria quebrar um pouco a seqüência, para dar uma respirada. Uma pausa.
...
Alguém pode reclamar, que preferem meus textos “engraçadinhos”. Dirão que eles são melhores do que os meus textos “calmos”. Pessoas já confidenciaram que não conseguiam ler determinados textos por vários motivos: textos grandes demais, chatos demais, textos simplesmente "demais", texto tão engraçados que não conseguiram terminar de ler "normalmente". Não conseguiam nem abrir os olhos de tanto rir. Por outro lado, minha abordagem de assuntos meio que “existenciais” me fizeram ter um grande número de... hum... "admiradores" (a palavra certa seria essa?). Outros ficam preocupados com as minhas “black dogs” (traduzindo: minhas crises, meus momentos de reflexão, minhas doideiras existenciais... rsrs) demonstrando solidariedade nos meus momentos mais shakesperianos (ser ou não ser... eis a questão). Mas fica ai a questão: O que escrever? Pensei num assunto e fiquei semanas imaginando algo para colocar aqui.
Uma frase? Hum... não...
Uma figura? Ah... não, não...
Texto de outra pessoa? Sei lá... vai que alguém descobre...
Já sei ! sobre Nada! Ah...pode ser...
De vez em quando eu fico conversando com a Vanessa (professora de português) sobre isso. Na realidade, as conversas com a Vanessa são loucas... as vezes eu chego a pensar que nada do que eu vejo é real de tão loucas são as teorias dessa menina ... ela é uma filosofa encubada... quase um Descartes em versão feminina. Mas enfim, eu decidi... Sobre o Nada! Prometi a mim mesmo fazer o texto mais surreal desse blog. Um texto tão estranho como o “Ulisses” de Jaimes Joyce (é obvio que eu não estou querendo me comparar a esse cara... se puderem, tentem ler o livro...)Meu caro leitor: será que eu consigo escrever um texto sobre algo totalmente inútil e nonsense? Por quanto tempo eu conseguirei te prender aqui, lendo uma baboseira pseudo intelectual que no fim não vai explicar nada? Nadinha? Nadica? Necadepitibiriba? Nothing? Será que você vai agüentar ler isso até o fim? Será que conseguirei escrever um texto sobre “Nada”?
Será?
Será?

Vejamos...

Cheguei a te a pensar em algo do tipo: “O Nada e a Ausência de tudo”.

Respira fundo...

Qual a diferença entre o “Nada” e a “Ausência de tudo”? Poderíamos começar assim:
Algumas hipóteses para isso. O "Nada" é a falta de algo ou seria a inexistência de determinada coisa? Devemos ponderar que "Falta" e "Inexistência" são coisas completamente diferentes... Então anota ai...
"Falta" seria, com uma definição bem simplista, a necessidade de ter algo, mas esse algo não estaria nos limites da nossa percepção. Por exemplo: na frase “Tá faltando mostarda aqui nessa esfiha”: a mostarda se encontra em algum lugar da espelunca em questão (no caso uma pastelaria bem imunda do centro de Nova Iguaçu), mas estando do outro lado do balcão (colado com durepox...) seria impossivel alcançá-la. Isso é "falta".
"Inexistência" já é algo completamente diferente. Mudando a frase, poderíamos explicitar nosso desejo dessa forma: “Ta faltando Xinforínfula nessa esfiha”.
Putz... o que é Xinforínfula?
Alguém sabe?
Alguém?
Hã?
Ninguém sabe?
Não... Isso ai é um retrato do Frank Aguiar, não é uma Xinforínfula...
Fala aí criatura!
Bom, podemos definir o seguinte: uma Xinforínfula não existe, (exceto na mente doentia de Chaves...). Logo, a inexistência se aplica a esse caso. "Inexistência" pode ser definida parcamente como algo que não é, pois não existe dentro do nosso campo de percepção. Ele não é porque nunca existiu! Mas então outro problema surge: Mas, se a pessoa em questão entende que “mostarda” na realidade é “Xinforínfula”? E se pra ela aquele troço amarelo (dependendo da pastelaria que você for pode assumir tons marrons dependendo da validade...) não fosse “mostarda” e sim uma saborosa (e picante) “Xinforínfula”? Pra ela é isso! E agora? Putz... A pessoa tem uma visão diferente dos demais... assim como um gesto em um país pode ser um cumprimento e em outro país pode ser uma ofensa, nesse caso, uma mostarda seria uma xinfirínfula...
Calma que eu vou explicar... continua lendo hein... rsrs

Kant escreveu que o fato de percebermos as coisas no tempo e espaço (que são atributos do homem, não são atributos físicos), é uma característica inerente ao homem. Logo, ele descarta outro filósofo, John Locke, que achava que a mente humana no inicio é como uma tabula rasa, ou seja, nós nos programamos para o mundo: para Kant, a própria consciência (previamente programada) impõe sua marca no modo como percebemos o mundo. Kant achava que cada um tem a sua própria percepção de mundo, o que contrariava outro louco varrido chamado Descartes, que achava que os sentidos nos dão a melhor versão de mundo possível (o famoso Cogito ergo sun “Penso, logo Existo”]). Para Kant, até a nossa mente pode nos enganar, pois cada um tem a sua própria mente (“Mente é igual... cada um tem o seu” lembra?) Assim como eu posso me ver no espelho, mas não me vejo como outra pessoa me vê. Logo, uma pessoa tem uma percepção diferente da mesma coisa. No caso a "coisa" em questão pode ser você ou a Preta Gil, ou então a Regina Casé ou a Ana Paula Padrão (que no caso seria a coisa mais linda do mundo...uiuiui). Um exemplo histórico: Para um europeu do século XV, um cavalo era simplesmente um cavalo, embora cada cavalo tivesse suas idiossincrasias: cada um tem um preço, uma qualidade, uma linhagem, um jeito de trotar, um cheiro específico (dependendo do que tinha comido ou do tempo do ultimo banho...). Para ele, aquilo era somente um cavalo. Mas para um índio, um cavalo era um monstro! Seria impossível descrever qual foi a sensação de um índio que avistava pela primeira vez um cavalo em ação. Como os cavalos eram desconhecidos na América pré-colombiana, o choque inicial foi terrível... seria o mesmo se nós humanos do século XXI avistássemos mercurianos. Primeiro, todo mundo tem na mente o pré-conceito de que extraterrestres são “marcianos” e não “mercurianos”... (a Xuxa pelo menos, entrava na nave e ninguém pensava que ela era uma marciana... Ela vinha de um outro planeta... um planeta de “vida fácil”... nossa... como sou mau... huahua!) e outra, nós só pensamos nos extraterrestres como mais avançados. E se por um acaso eles pousassem aqui numa carroça? E se eles quisessem lutar contra nós de arco e flecha na mão? E se eles dissessem “vosmicês terraquianos” ao invés de “vocês, vassalos terráqueos”... E se ao invés de “raio laser” eles tivessem somente uma espingarda? E se eles ao invés de destruir a Casa Branca com uma bomba atômica colocada delicadamente no vaso sanitário do George W. Bush, eles começassem a tirar fotos como turistas japoneses e espernearem pedindo pra ver o Cristo Redentor? Já pensou um extraterrestre no piscinão de Ramos? Luis Fernando Veríssimo já escreveu um conto desse tipo. Extraterrestres burros? Seria demais... Seria uma afronta a toda a nossa literatura de ficção cientifica. E “Independence Day”? E “Marte Ataca”? E “ET”? “Minha casa!”. “Telefone!” Quanto dinheiro desperdiçado! Julio Verne soltaria um Pum do seu túmulo. Orson Welles iria chorar ao se lembrar do seu “A guerra dos mundos”. Seria uma espécie de desilusão para a nossa raça, descobrir que nós somos os mais inteligentes do universo... portanto, cada pessoa vê o mundo de uma forma. Uma mostrada pode ser boa pra uns e péssima pra outros. E para um daltônico (ah... vamos viajar um pouco... eu sei que no caso seria vermelho e verde... mas só imagina... rsrs) a mostarda não poderia ser amarela, mas sim verde... Pode ser mostarda pra alguns e “xinforínfula” pra outros.

Respira...
Vamos voltar ao assunto inicial.

E a “ausência”? Seria condenável achar que a “Ausência de tudo” seria a falta de algo que já existiu mas não está ali? O que é, se não existe mais, determina a principal característica de algo que já foi, mas a “Ausência de tudo” seria algo que existe, mas não naquele momento, em nenhum plano de percepção. O "zero" seria a ausência ou o Nada? Seria a ausência, pois até mesmo o "zero" tem o seu valor, ele existe como uma ausência de valor, logo ele representa algo, enquanto que o Nada não representaria a si mesmo... O nada seria o “Nada completo”, enquanto que por “Ausência de tudo” entenderíamos que algo existiu uma vez, mas hoje não mais e...


Chega!!!!!!!!!!!


Viu como eu consegui escrever um testamento sobre coisa alguma? Quase três páginas sobre "nada"... Mas... esse texto é a ausência de tudo ou é um nada... acho que é a ausência... ou seria um nada... mas ele está aqui... logo ele existe... mas isso não quer dizer nada...

Hum...


Da próxima vez eu escrevo algo “engraçadinho”...

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

kkkkkkkkkk.......sem comentários....
é realmente o nada é a ausência de tudo...huahuahuaha
xau...

10:11 AM  

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