Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

sexta-feira, maio 04, 2007

"Por favor...bisturi enfermeira..."

Minha ultima peripécia (Nossa, a muito tempo eu não vejo essa palavra...) foi ser internado no Fátima por causa de uma espinha.

Sim!!! Uma espinha!

Passei meu sábado inteiro por causa de uma simples espinha! (já notaram como dá uma sensação estranha a palavra “espinha”... eu lembro de coisas brancas, sujeira... sebo...aaaarrrgggggghhhhhh....)

O mais louco de tudo é que eu consegui tirar lições de vida valiosissimas dessa experiência!





Comecei a notar a uma semanas que uma espinha q eu já tinha catucado, estava ficando um pouco vermelha. Bom, até ai, nada demais, só que o problema é que eu fico extremamente imcomodado com qualquer elevação que apareça na minha pele. Apareceu, eu mato. Crac! Pof! Argh! Zium! É tiro e queda. Apareceu, mexeu, sumiu, mas doeu. O problema é que ela não sumiu. Ainda estava lá. E o pior é que estava como se estivesse inflamada. Vermelha. Ela estava estacionada entre a orelha e a bochecha, o que me deixava mais incomodado ainda. Até que um dia, fazendo a barba. Mexi de novo. Só que dessa vez, pra valer...

- Tu vai sair, merda... ah se vai...

E nada.

No outro dia.



Tcharannnnn!!!!



Um caroço enorme!



Muito grande!



Gigantesco!!


(brincadeirinha... era pequeno, mas preciso dar uma boa dose de medo pra minha epopéia ser completa...)



Passaram os dias e nada, até que cedendo aos lamúrios de minha família eu fui ao médico. Isso no sábado antes do aulão que eu iria participar no Sesc de Nova Iguaçu. Pela manhã fui no hospital (Fátima, em N Iguaçu), mas como tinha um mundo de gente, preferi voltar depois da reu8nião que eu iria ter sobre o aulão. Lá, acertei os ultimos preparativos com o outro professor, passei na feira (comprei dvds “piratas” diga-se de passagem [Sting, Shaaman e Brian Adams, respectivamente... ah... Brian Adams é legal.. é mela cueca mas é lagal..rsrs] e fui ao Hospital. Chegando lá, fui prontamente atendido, o que me deixou meio desconfiado e o médico fez um diagnostico preciso.

- Ih... vai ter que ficar aqui...

- O Quê?!?!?!

- Vai ter que internar.... soro, antibiotico... pelo menos uns três dias... isso ai é um cisto.





Pausa para o “Momento cultural” no blog.

Um cisto sebáceo (também chamado de cisto epidérmico ou queratinoso) é um caroço fechado abaixo da superfície da pele preenchido com material gorduroso, branco e semi-sólido chamado sebum. O cisto sebáceo é macio ao toque, de tamanho variado e geralmente de formato redondo. Trauma na pele, glândulas sebáceas bloqueadas ou folículos capilares inchados podem causar o cisto sebáceo.

Couro cabeludo, orelhas, genitais e face são os locais mais comuns para o aparecimento de cistos sebáceos, porém eles podem ocorrer em qualquer parte do corpo, menos nas palmas das mãos e sola dos pés.

Cisto sebáceo não é canceroso e geralmente não requer tratamento médico. Porém, se o cisto continuar a crescer, pode ficar com aparência ruim, dolorido ou infeccionado. A excisão do cisto sebáceo é um procedimento simples para removê-lo completamente. Um cisto sebáceo infeccionado pode requerer antibiótico oral ou outro tratamento antes da excisão.





Volta.

- Não acredito... eu não acredi...

- Leva isso pra moça da recepção que ela vai preparar seu quarto.

Eu não acreditava mesmo. E fiz a pergunta mais tosca que eu poderia fazer naquela hora:

- Posso comer alguma coisa lá fora? Tipo, danone... biscoito? Tô cheio de fome....

O médico com a cara mais impassivel do mundo responde:

- Eh... Lá fora?

- Isso!

- Não.

- Humpf.

Lá vai eu entregar a prancheta pra bruaca que estava na recepção. Não acreditando, fiz a mesma pergunta pra ela.. eu não consegui tirar da cabeça que ficaria ali no hospital, sabendo que uma colomba de chocolate estava me esperando em casa... ela se limitou a balançar a cabeça sem tirar os olhos da prancheta.

Minha cara era de espanto. Eu estava ali, isolado, sem comer.... AHHHHHH!!!!!

- O seu quarto é o 104.

- Tem vista pro K11?

Nem preciso dizer que ela não entendeu a piada.

Papai e mamãe se sensibilizaram com a meu sofrimento e prometeram que em meia hora iriam me visitar. Implorei pra minha mãe levar um pedaço da colomba, mas que idiota! A mulher da prancheta ouviu!

-Já falei que não pode menino.

- Ah tá... Mãe! Não traz nada não! – Sorri forçado pra ela, ela se limitou a grunhir.

- Humpf.


Pausa. Musica de elevador.


Elevador.

- Tá aqui por que?

- Espinha.

- O quê?

- Quer dizer. Um cisto.

- Ah tá... que merda hein...

- Pois é... literalmente.

- Putz... espinha...

- Sinistro né?

- Hilário.

- Há há há...

- Putz.. espinha... tá ae o andar... leva o “garoto da espinha” pro quarto Cleide.

(Cleide era a enfermeira que estava no corredor. No elevador estava conversando com um cara, que pelo tamanho do crânio deveria ser Severino.)



Relatório do Quarto.

Cama. Geladeira. Sofá. Banheiro. Televisão. Mesinha. Outra mesinha. Porta. Janela com vista para Luminosa. O K11 estava coberto pelos prédios.



Sinceramente. O ambiente era assustador. Mas pelo menos o banheiro era legal.



Mamãe e papai chegaram. Os discursos giravam em torno de “Você não ouve o que agente fala!”, “Eu não te falei?”, “Agora vc nunca mais vai mexer em nada no rosto!”. Meu pai se deita no sofá e começa a assistir futebol. Mamãe confere meu rosto pra ver se estava tudo bem.

- Vai tomar banho que daqui a pouco a enfermeira vai vir.

- Praquê?!?!!

- Ah... vc acha que te internaram pra vc ficar vendo TV? Vai ter soro... coisas do tipo.

Minha mãe é enfermeira. Por isso a frieza do diagnostico. Meu pai teve um calafrio no sofá, até soltou um

-Xiiiii... é mesmo.... agulha Tiago! Agulha! – Ele se levanta e começa a me espetar com o dedo indicador.

- Argh! Caraca.. sacanagem...

Nisso, batem na porta.

Toc, toc.

- Entra.

- Boa tarde.

- Boooooaaa...

- Olha, já tomou banho?

Minha lingua coçou pra falar uma merda, mas sou um rapaz respeitador e na época estava comprometido. Ah, e mamãe e papai estavam no recinto.

- Jáaaaaa....

- Que bom.

Nisso ela pega uma pequena travessa com seringas, álcool e coisas afins. Entendi o recado na hora.

- É hora do remédio!

- Cacete....

- Não... é remédio!

- Piada infame a sua hein....

- Ah... não resisti...

A enfermeira já tinha me ganhado com aquela.

E lá vamos nós...





To be continued.