Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

domingo, janeiro 14, 2007

O carpinteiro é Jesus.. e as "arvuri", somos nozes... (Parte I)


Quinta feira. Novamente aula de História das religiões orientais.
O assunto em discussão é a doutrina budista.
A aula estava muito interessante (é sério!)... O professor discorreu sobre a vida de Sidarta (mais conhecido como Buda), contou sobre a sua origem (sua família era muito rica) e da profecia que mudou sua vida: um grupo de "sábios" disseram na ocasião do seu nascimento que ele seria o "dono do universo": ele iria comandar homens, máquinas de guerra, e tudo o mais... mas um deles, o que seria o sábio mais conceituado, pelo fato de ser bem velho e "baixinho" não conseguiu se juntar aos outros e fazer a sua profecia, pois todos se aglomeravam em volta do menino. Quando os outros terminaram, ele se aproximou, analisou o movimento das estrelas e todos os outros sinais "cabalisticos" e disse que as profecias não estavam corretas... ele não seria o "dono", mas sim o Mestre do Universo... isso causou desgosto no pai de Sidarta, pois naquela época, os professores eram a "base" do poder (beeeeem base mesmo... aliás, os mestres daÍndia viviam das esmolas que seus alunos davam...) e antes mesmo que ele conseguissem questionar a profecia, o velhosábio mandou essa: Que além de tudo isso, ele se tpornaria esse "Mestre" depois de encontrar as 4 verdades essenciais da vida.
O pai de Sidarta para não deixar o moleque conhecer as "quatro verdades" fez um castelo com muros altissimos e deu ordens expressas aos seus serviçais que não deixassem ele sair do palácio de maneira nenhuma. O moleque cresceu e virou um adolescente insuportável, pois todas as suas vontades eram feitas... todos os seus mais secretos desejos (é isso ai que vc está pensando...) eram realizados... e nada de ruim podia acontecer nso muros daquele castelo... a vida era um verdadeio "Show de Trumann" (no caso "Show de Sidarta"). Quase aos trinta, depois de se casar, ele perguntou a um de seus servos.
- O que há do outro lado dos muros desse castelo?
O servo respondeu:
- O mundo meu senhor... o mundo....
-Quero conhecer o mundo!
O servo replicou que seu pai havia dado ordens de que ele nunca poderia sair dos limites do castelo. Mas Sidarta treplicou dizendo que até aquele momento, nenhuma de suas vontades tinha sido negada... o servo se viu obrigado a atender o pedido.
Ao sair do castelo, Sidarta viu um homem muito doente, vomitando coisas verdes e afins... desnecessário dizer que Sidarta nunca tinha visto alguém doente... por isso perguntou o que era aquilo e o servo respondeu:
- É a doença meu senhor. A doença...
-Mas eu nunca tive isso! - disse Sidarta.
- Mas um dia terá... sim.. um dia...
Ao virar, viu um homem andando com dificuldade e se apoiando num pedaço de pau... desnecessário dizer que Sidarta nunca tinha visto um velho... por isso perguntou o que era aquilo e o servo respondeu:
- É a velhice meu senhor... a velhice...
- Eu vou ficar assim?! impossível!
- Mas um dia ficará... sim... um dia...
Ao virar novamente, viu um cortejo: pessoas chorando e alguma coisa coberta sendo carregada pelas pessoas... denecessário dizer que era um morto e mais ainda dizer que Sidarta nunca tinha visto ninguém morrer... por isso perguntou o que era aquilo e o servo respondeu:
- É a morte meu senhor... a morte...
- Ele não vai acordar? Por isso as pessoas estão chorando?
- EU VOU MORRER?!?!?! Acho dificil...
- Mas um dia morrerá... sim... um dia...
O perceber isso, Sidarta abandonou sua familia, suas posses e afins e se isolou numa floresta para poder refletir sobre aquilo... doença, velhice e morte... a vida... e de tanto meditar , num belo dia, embaixo de uma árvore, alcançou um estado intenso de conexão com o "divino" (o estado conhecido como Nirvana [curiosidade: as pessoas que passassem por ele veriam naquele momento um singelo sorriso no seu rosto... o sorriso do conhecimento... por isso as estatuas de Buda tem aquele sorrisinho malicioso...]). Sendo assim, ele chegou a conclusão de que:
1- Viver é SOFRER.
2- Sofro por que DESEJO algo.
3- Para viver bem tenho que ACABAR com o desejo.
4- Acabo com o desejo escolhendo o que ele chamade CAMINHO DO MEIO (desejar e não desejar... complicado né...rs).

Fiquei pensando naquilo.
Depois da aula, fui até o centro da cidade, pois tinha marcado com um amigo de pegar um cd.
Olha o que aconteceu.

O carpinteiro é Jesus.. e as "arvuri", somos nozes... (Parte II)


Marquei com esse meu amigo na estação da Uruguaiana. Perto de uma banca de jornal.
Fique de sete e meia até oito e pouca. E nada do cara aparecer.
Tentei ligar pra ele... o cartão estava recusado. Não queria subir com medo de o cara aparecer e se mandar, achando que eu não estava lá.
Tive a idéia de comprar outro cartão. Mas a grana estava curta... cheguei na banca de jornal e a "moça" vendo a minha impaciência (e provavelmente a minha cara de coitado...), disse o seguinte:
- Olha, aquele orelhão ali está com defeito... se for por isso, é melhor vc não comprar o cartão... liga lá de cima...
Agradeci a gentileza e subi desesperado a escada rolante da estação... chegando lá fora, me deparei com algo surpreendente.
Eu estava na banca de jornal que fica NA estação de metrô.
Ele devia estar me esperando na banca de jornal que estava EM CIMA da estação de metrô.
Fiquei doido.
Liguei pro cara. O diálogo foi o seguinte.
- Alô?
- Fala aê cara! TO AQUI NA ESTAÇÃO! Você está aonde?
- Putz.... te esperei até umas oito e pouca... na banca de jornal DO LADO DE FORA da estação... você naum apareceu eu me mandei... estou aqui na central... Vem pra...
TU
TU
TU
TU
TU
TU
TU
TU....
O cartão tinha acabado.
É claro que eu não pensei que a frase que ficou pela metade fosse "Vem pra CAIXA VOCÊ TAMBÉM... VEEEEMMM!!!!".
Sai da Uruguaiana e me mandei pra Central. Cheio de medo de ser assaltado... sabe como é né... acostumado a morar na zona sul, quando vai pra aqueles lados... fica com medo de tudo...
Chegando lá, cadê o cara... uma sujeira, pessoas mal encaradas, churrasquinho de gato pra lá... biscoito fofura pra cá... ee nada do cara aparecer.
Comprei um cartão.
Seis reais.
Já notou que quando você precisa de um orelhão ele nunca está disponível? Lá não foidiferente... Ou estavam quebrados ou ocupados.
Quando finalmente desocupou um...
TU
TU
TU
TU
TU
TU
TU
Só dava ocupado...
Decidi voltar pra casa. Já puto da vida.
Peguei uma van.
Péssima idéia.
Na av. Brasil quem eu encontro?
O temido CAVERÃO.... o tiroteio tinha rolando solto por lá....
Tive a idéia de ir na casa do cara (isso já quase onze da noite).
Subi um morro que parecia o everest quando cheguei lá...
Ninguém em casa.
Começei a ficar nervoso.
Melhor, começei a ficar muuuito nervoso.
Quando eu fico nervoso eu começo a rir.
Começei a rir demais.
Se um psicopata me visse naquele momento figuria de medo.
Eu estava rindo de forma insana. Quase uma mistura de coringa com Darth Vader...
Palavrões começaram a brotar na minha mente se combinando em conexões infinitas... queria xingar.
Não!
Queria xingar muito!
Xingar muito alto!
Na descida, eu já bufando de raiva, pensei em ligar pra ele.
cadê o orelhão?
Encontrei!
Exatamente quando eu vizualizo o orelhão, uma mulher se apodera dele e começa a discar.
Meu sangue subiu.
Ha Ha Ha Ha Ha
Eu quero gritar.
Eu vougritar com ela.
Ah se vou...
Putz...
Que merda.
Muita merda.
Doze vezes seis ao cubo de merda.
Encontrei outro orelhão.
Mas tinha um cara mijando nele.
AIIHAHAHAIAIAHAHAHA.....
Depoisde o cara despejar quase umtonel de mijo no orelhão eu ligo.
Os olhso ardem, o cheiro é insuportável.
me lembro de Buda.
"Viver é sofrer".
Não é que o cara tava certo?!?!?!?!

-Alô?
- Falaêcaratoaquiaesquinadatuacasavemmeatendercaratoaquiputzvemlogovéioaieeeeeêêêêêê....
Enfim. Cheguei.
Peguei o que tinha de pegar.
Comi biscoito.
Ele me levou na porta.Comentei com ele sobre a minha "saga". E incoscientemente mandei essa.
-Esquenta não cara... viver é sofrer...
O cara manda essa...
- Já ouviu esa música?
"Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer pois amada não é
E o verbo é sofrer
Somos nós que fazemos a vida
Como der ou puder ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita".

Desnecessário dizer que eu entendi o recado. O "Ele diz que a vida é viver" acabou comigo... É... como sempre, o carpinteiro que morreu na cruz por todos nós vence todas... "Ele".
Ainda bem que eu não xinguei... rs

(Dedico esse post a T.R. uma pessoa muito especial
Torço por você! Sempre!)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Quero ir pra Sealand!!!!!


Nunca tinha ouvido falar nesse país, agora eu quero ir pra lá!
Saca só a História do lugar...
O 'menor Estado' do mundo, Sealand, uma antiga plataforma militar com 550 m2 habitáveis situada no mar do Norte, na altura das costas inglesas, está à venda 40 anos depois de sua fundação por um britânico excêntrico, Roy Bates, que o comprou em 1967.
O principado de Sealand é de fato um Estado autoproclamado não reconhecido por nenhuma outra nação. Ocupa uma antiga plataforma metálica, Roughs Tower, assentada em duas torres de cimento armado na altura de Harwich (leste da Inglaterra) e construída em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, para a instalação de uma bateria antiaérea. Pela plataforma, à qual só é possível chegar de helicóptero ou barco, os proprietários pedem 10 milhõs de libras (15 milhões de euros) e detalham as qualidades do local: vista infinita do mar, tranqüilidade absoluta garantida, nada de impostos.
Sealand se vangloria de seu passado como qualquer país que tem direito a defender sua soberania ante ameaças do exterior. Em 1967 Roy Bates, ex-major do Exército britânico, ocupou a plataforma com a família e declarou que o local, por estar localizado em águas internacionais, podia ser considerado um Estado e se autoproclamou "príncipe". (imagina só... o cara é alucinado!... rsrs)
Um ano depois, a Marinha Real tentou retirar, sem sucesso, o "rei de Sealand" e foi alvo de disparos feitos a partir da plataforma. (o cara é um kamikaze!!!!!!) Em seguida, um juiz deu razão a Roy Bates contra o governo britânico e considerou que Sealand estava além do limite das águas territoriais do Reino Unido. (iáááááá... ganhou da Inglaterra!!!!)
Em 1974, o "rei de Sealand" elaborou uma Constituição, à qual se somaram bandeira, hino nacional, moeda oficial (o dólar de Sealand, em paridade com a moeda americana) e passaportes como símbolos de soberania. (putz.... até hino os caras tem...)
Agora a melhor parte.

Quatro anos mais tarde, Sealand foi cenário de um caso digno de filme. Empresários alemães e holandeses que negociavam na plataforma seqüestraram o filho de Roy Banes, mas foram rapidamente dominados, declarados prisioneiros de guerra e mais tarde liberados.
Eu quero ir pra lá!!!!!!!
Sou Sealandês desde criançinha....rsrsrsrsrsrs

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Afirmando a conjuntura da Simática da menosquência no processo de Encrespação Capilotônica

Aula de História das religiões na faculdade. A discussão é sobre os primordios da religião indiana. "Rig Veda", "Upanishades", "Buda", "Essência", "Ser", "Anima", "Plenitude", inumeros conceitos são delinhados durante a conversa. O professor parece um daqueles sábios judeus que passam horas lendo o Talmude sem se preocupar com a passagem do tempo a sua volta. Os assuntos são conectados com uma facilidade absurda por ele - a fala não se interrompe com facilidade - tudo é fluido e manso, como um mantra: Do Iraque ao mapeamento do genoma, da transubstanciação a novela das sete, o cara é uma enciclopédia ambulante, mas sem parecer chato ou pedante. O cara tinha levado a filha pra assistir a aula. A menina devia ter uns dez anos.
Observo as figuras que estão ali, naquela sala assistindo a aula. Me perdoem a distração, mas eu já tinha lido o livro do professor duas vezes (afinal.. ele é o meu orientador de monografia...rs), portanto, a matéria me era familiar... Ultimamente ando meio sem paciencia com as pessoas... Quer dizer, não com as pessoas em si, mas com as atitudes das pessoas em relaçãos as coisas que as rodeiam... Mas isso é outra história (se bem que não precisam ficar preocupados com isso... estou numa boa... rs).
Um dos alunos faz aquela cara de "tô te entendendo...", com a mão em forma de arma transpassada no queixo e chegando a bochecha numa diagonal, balança a cabeça a cada afirmativa do professor, como se estivesse concordando com tudo o que ele diz. Deve ser muito culto, ou muito bobo. Uma menina dorme apoiada no braço com uma garrafa de Guaraviton quase vazia em cima da mesa. Outra olha o relógio e resmunga algo inteligivel. deve ser um mantra também. Um deles interrompe o professor com uma daquelas tiradas que faria Paulo Freire pular sobre a mesa eesmurrá-lo com vontade com um de seus livros.
O professor estava dizendo que...
- Um pastor certz vez disse que a Bíblia era o livro que mais salvou pessoas na história... entretanto, eu contestei... Putz... o conjunto de conceitos oriundos de Buda - não se esqueçam: que contestava toda a doutrina dos antigos escritos chamados "vedas" - também "salvou" muitas pessoas do sofrimento - pelo menos o sofrimento terreno...
A besta em forma de aluno diz:
- Professor... então podemos dizer que a doutrina de Buda salvou pessoas do sofrimento assim como a Bíblia?
Silêncio na sala.
Eu me ajeito na cadeira e olho de forma desesperançosa para o professor. Ele entendeu o recado e ignora o ignobil...
- Continuando alunos....
O cara ficou com cara de "Buda"...rs
Mas o que mais me intrigou e a real intenção minha ao escrever esse post foio seguinte: num determinado momento da aula, a discussão passou a ser a origem do homem e consequentemente a do Universo. Darwin, espaço tempo, genoma (não falei que o cara era uma enciclopédia ambulante?), Quarks, fotons, teoria do "Arquiteto divino"- os alunos foram ficando afoitos... - questionamentos sobre o momento primordial, sobre a temperatura do cosmo ser praticamente igual em pontos separados por distancias absurdas, a curvatura da luz pela ação da gravidade defendida por Einstein - os alunos deliravam: um deles quase babou ao dizer que Darwin conjecturou suas ideias nas ilhas "Gallactas" sendo prontamente corrijido pela turma numa mistura de risadas e gritos em coro: "Galápagos! Galápagos!".
Enfim. Meros mortais discutindo sobre o Universo.
Nesse momento, precebo que uma aluna (como sempre as mulheres são fabulosas não é mesmo?) começa a olhar impacientemente pro relógio. Olha uma vez. Outra.
De novo.
Ela resmunga.
E olha.
Eu reparo aquilo e percebo, mesmo sem relógio duas coisas: ou a aula acabou ou ela quer ir embora.
O professor olha pra ela e pergunta:
- O que foi? acabou a aula?
Nisso a filhinha dele, que estava csentada com as pernas entrelaçadas como se estivesse "se segurando", levanta. Ele pergunta:
- O que foi filinha?
Ela responde sorrindo...
- Adivinha?...
- Ah... fala minha lindinha... vem cá...
Aquilo acabou comigo.
E me fez pensar.
Se o cara não consegue entender os sinais de uma aluna impaciente com a aula que ultrapassa o horário e pior: não consegue entender a linguagem corporal da filha querendo ir ao banheiro... Como esse cara acha que pode entender o origem do Universo?
As vezes nós, os humanso somos bem estranhos.
E pretensiosos também.
Como diria alguém (que eu não lembro (mas sei que era um daqueles iluministas... acho que Voltaire), mas acho q eu li essa citação numa história em quadrinhos....rs):
"O ser humano tem a pretensão de achar que tem o direito de existir".
[Pessimista isso né?....
Prometo que o proximo texto vai ser mais alegre, afinal... coméedia é o que mais acontece!
Um abraço a todos!]