Growing up!

Aqui você encontrará meus delirios socráticos, minhas opiniões sobre assuntos diversos e obvio, um pouco da minha percepção de mundo. Tiago de Souza

quarta-feira, novembro 30, 2005

"Lava uma mão lava outra lava uma Mão"!!!!!!!


Eu odeio piscinas de plástico.
Por quê?
Porque elas representam tudo aquilo de mais imundo que existe num ser humano. Isso mesmo. Elas são uma afronta a capacidade pensante de nós, homo sapiens, elas são um instrumento da dominação, elas são azuis, elas são maléficas, elas destroem casamentos, elas machucam pessoas, elas dão trabalho para montar, elas são... elas são... elas são do mal, pois englobam num quadrado de 3X2m, um paraíso de pobretude suburbana. As piscinas de plástico estão entre os artefatos mais horrendos que o ser humano já produziu, sendo devidamente acompanhadas nessa lista por diversos instrumentos de destruição e engodo. Podemos apontar algumas das suas companheiras somente a título de curiosidade, sem hierarquias:
a) A bomba atômica (essa é líder...).
b) A boneca inflável (que coisa horrorosa... e tem gente que gosta...).
c) O cartão de crédito (sem comentários... quanto você pagou na sua ultima fatura? Hein?... hein?...).
d) Trakinas de Morango (invenção do capeta... e vicia... é sério...)
e) Coca Cola (se tem uma bebida no inferno é essa... mas lá ela deve ser servida bem quente... argh... tô fora...).
f) Orkut (bad server... bad server… Quem tá viciado levanta mão…).
g) Biscoito Fofura de cebola (“comeu, grudou…” não necessariamente nessa ordem...).
h) Celular (tira foto, grava sons, faz download, passa roupa, faz massagem, modela o bumbum, alisa o cabelo, corta as unhas e ainda serve de guarda chuva!! Pra quê isso tudo?!).

Bom, só pelas companhias (e olha que eu fui bem legal e escolhi umas poucas... pode deixar que qualquer dia desses prometo que faço uma lista completa) já deu pra ver que as piscinas de plástico são uma ameaça a nossa permanecia na terceira pedra depois do sol. Vou explicar o porquê disso tudo.
Desde de pequeno, não sei que impulso me leva para longe dessas supostas “belezas” do mundo capitalista. Nunca fui muito chegado em piscinas, mas por incrível que pareça, fiz natação dos três anos de idade até os 14 anos.
Oh!!!!!!
Sim, fui um patinho na lagoa até os 14 anos,.Imaginem eu de cuequinha de natação... sim... era lindo... é obvio que eu não era tão fresco a ponto de nadar com aquelas toucas ridículas, mas eu nadava bunito! Tirando o fato de que meu professor de natação entrou na piscina somente duas vezes em 11 anos de aulas (uma para salvar um suposto afogado e outra porque empurraram ele na piscina) tudo corria muito bem. A piscina ficava no malfadado “Heliópolis Atlético Clube”. Sim... esse antro do funk carioca foi o meu lar durante longos anos de braçadas e pernadas (e câimbras também... me lembro da primeira vez que tive uma, no meio da piscina, na parte inferior da coxa direita... foi muito maneiro... aconselho você a ter uma câimbra... só quem já teve uma sabe a sensação engraçada que é... embora doa um pouquinho, mas isso é outra história... garanto, sua vida nunca mais será a mesma...). A piscina era gigantesca, 25 metros por 50. Medidas olímpicas, e era funda pra cacete, e mesmo assim eu encarava numa boa. Toda quarta, quinta e sexta feira eu estava lá... até no frio tava lá eu, vagabundo de marca maior, nadando igual um pato numa banheira. Isso pra não falar que o Clube tinha banhos públicos. Imagine a piscina como ficava depois de estar recheada de funkeiros e pagodeiros... rolava de tudo ali, e o pior, nós fazíamos aula depois desses verdadeiros “banhos romanos”, nadávamos entre camisinhas, fios de cabelo e copos plásticos. Faltou pouco pra um dia começara aula e ter um cadáver no meio da piscina...
Mas esse não era o problema.
O problema era a piscina de plástico que tinha aqui em casa.
Minha mãe num belo dia, cismou de comprar uma piscina de 3000 litros. Fizeram uma espécie de pesquisa de boca de urna aqui em casa em pleno almoço de domingo, e para o meu azar, quase todos concordaram em comprar essa abominação em forma de plástico azul. Os únicos que votaram contra (na realidade os únicos que pararam de mastigar durante o almoço para tentar dizer alguma coisa) foram meu avô e eu, mas fomos votos vencidos: eu por ser muito novo e meu avô por ser muito bêbado... (podem ficar tranqüilos, para alegria de todos, vovô está na Igreja hoje...). Imediatamente fizeram o famoso “rateio” e compraram a piscina.
Foi uma festa.
Ela chegou meio que tímida, numa caixa de papelão repleta de palavras em inglês, mas com um “MADE IN TAIWAN” bem pequenininho no canto da caixa, o que já me deixou meio desconfiado. Os problemas começaram na hora da montagem. Quem já montou uma piscina de plástico sabe que é uma atividade enervante. É tanto pedaço de ferro oco, é pedaço de ferro que some, é pedaço que dobra, é pedaço que não dobra, é peça que não encaixa, você coloca uma peça a outra solta, uma bate na sua perna quando você passa, outra para embaixo do plástico, o cachorro começa a latir pra estrutura de plástico que começa tomar forma no meio do quintal, as crianças aplaudem sorrindo (meu irmão e minha prima pulavam e batiam palmas no meio do quintal, para o meu desespero), meu avô passou com um olhar e reprovação, prontamente correspondido por mim, mas enfim... terminamos a tarefa hercúlea de montar a piscina. O resultado foi esplendido.
Franz Anton Mesmer (1733-1815) defendia uma teoria segundo qual todo ser vivo seria dotado de um fluido eletromagnético capaz de se transmitir a outros indivíduos, estabelecendo-se assim, influências psicossomáticas, inclusive com fins terapêuticos. Acho que foi isso que aconteceu com a minha família. Todos ficaram como se aquela piscina fosse algo de outro mundo... era algo inexplicável... a alegria inundou o nosso quintal. Ela estava lá, meu pai retirou as havaianas falsas e entrou, e imediatamente começou a bater nas paredes da piscina para que ela pudesse tomar forma de “piscina” e ligou a famosa “borracha” (para quem não sabe, vai uma explicação diretamente do Aurélio: todo pobre que se preze tem uma torneira com água diretamente vinda da rua sem passar pelo registro da CEDAE, e essa água é utilizada para banhos individuais (ou em situações especiais, coletivos) no quintal em dias de sol escaldante, períodos de bronzeamento com coca cola no lugar do bronzeador, momentos de esfregação de roupas e até mesmo [isso raramente] para manter a higiene do ambiente, além de servir para dar banho nos cachorros. Vide: verbete “pobre”). A alegria durou até a hora de tomar banho.
Todos indo pra piscina, que estava cheia até as bordas, quase estourando... Biquínis, cuecas de banho, borracha a postos, basicamente tudo pronto. Primeiro, nem todos se lembram que para entrar numa piscina é necessário tomar um pequeno banho fora dela: num momento de euforia mesmerizante, meu pai veio correndo pelo meio do quintal e mergulhou na “menina”. Uma barrigada espetacular.Água pra tudo quanto era lado. Minha mãe tentou conter a criançada. Nem preciso dizer que ninguém escutou a dona Florinda gritando. Água pra lá, água pra cá, borracha dentro da piscina, borracha fora da piscina, alisa cachorro e mete a mão dentro da piscina, bolhas que emergem do fundo de fossas submarinas trazendo consigo gases terrivelmente mortais, sai da piscina, entra na piscina, come biscoito na borda, cai um pouco de coca cola na piscina...
Nisso eu apareço de short na porta de casa.
- Vem Guinho! A piscina ta ótima!
Nesse exato momento uma cena digna de Spielberg.
Meu irmão tinha acabado de dar um mergulho, ele se ergue na piscina. Ele sacode a cabeça como aqueles atores hollywoodianos quando saem da água do mar depois de um mergulho divino. Quando olho seu nariz... uma substancia verde se estende até mais ou menos seus lábios superiores, misturando-se a baba que escorria da sua boca e o pior. O short do moleque tinha arriado. E o pior. Ele estava de boca aberta durante seu mergulho de Jacques Costeau. Ele simplesmente expulsou toda a água da sua boca numa cusparada. Pra onde?
Isso... pra dentro dela... da piscina azul com detalhes em amarelo e peixinhos com cara de Nemo.
Eu caminhei em direção daquela verdadeira caixa d’água e observei que ela tinha perdido todo aquele aspecto cristalino de antes e adquirido uma coloração que eu chamei de “arco íris”: a oleosidade era tão grande naquela coisa que a água além de estar turva, apresentava uma gama de cores.Era quase um caleidoscópio.
Nem preciso dizer que eu tentei fugir, mas me obrigaram a entrar sob acusações inverídicas de “porquice aguda”. Além de gritos de “Cascão” e conselhos sobre a necessidade de mudar a tonalidade “amarelo cor de peido” da minha pele.
Depois disso tudo, quem é que teve de limpar a piscina? Hahaha...
Eu.
Eu sobrevivi.
Entenderam porque eu odeio piscina de plástico?
Se não entendeu, compre uma e veja você mesmo.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Manolo


Música realmente é um assunto complexo. Harmonias, melodias, arpeggios, staccatos, ritmo, pulsação, sustenidos, groove, acentos, sincopes, contratempos, vamps. A música é uma arte extremamente enigmática. Nenhum campo da arte influencia tanto os nossos sentidos (e por que não toda a nossa vida?) como ela - imagine que você está lendo esse texto inútil e uma nota é percutida num piano (...TÌÌÌÌMMMMmmmm...). Essa nota por si só é capaz de mudar atmosfera do seu ambiente - o que prova que o elemento sonoro da música é um agente estranho e poderoso, que seria tolice subestimar.
A maioria dos historiadores concorda que se a música teve uma espécie de começo, isso aconteceu através da batida de um ritmo. A fascinação e o impacto emocional que um ritmo simples, repetido continuamente, é algo que escapa a análise. Quem já foi numa rave sabe do que eu estou falando. Vide o exemplo das porcarias que são tocadas hoje em dia. Calypsos, Xandes, Tchan’s, Dylons, quebra barracos... essas bostas conseguem contagiar (não se sabe como...) um número imenso de pessoas. Eu disse pessoas? Esqueça... Mas não escrevi esse testamento todo em vão caro leitor. O que me interessa não é divagar sobre a essência da música aqui. È que uma das coisas que mais me incomoda é uma velha questão que ainda está pendente entre os protestantes: “Música não religiosa é coisa do capeta?” “É errado eu escutar Chico Buarque? Dream Theater? Metallica? Jobim? Oasis? Allanis? Porque escutar Mozart, um devasso que escrevia músicas para bordéis (e era maçom) e não escutar Dave Mathews Band?”.
Na realidade essa pergunta é pra preparar meu caminho, caro leitor esforçado, pois vou apresentar a vocês um amigo meu do Ensino Médio.
Manoel. Mais conhecido como Manolo.

Costumo dizer que o meu Ensino Médio lá no João Luiz do Nascimento, uma falida escola técnica estadual, além de ser uma época mágica, onde conheci pessoas incríveis (e algumas estúpidas também...), e lanchei de graça durante três anos, reservou para mim duas coisas ruins e uma coisa boa:
Primeira (ruim): eu sai de lá sem saber nada de Administração ( e olha que eu estudei isso durante 3 anos...).
Segunda (ruim): eu devia ser muito feio, pois não consegui beijar ninguém do João Luiz naqueles três anos.
Primeira (boa): Comecei a escutar rock exaustivamente naquela época.

Deu pra notar que a música esteve presente em todos os momentos do meu Ensino Médio. Conheci nessa época Oasis, Foo Fighters, YES, Red Hot, Genesis, REM, Police, Tears for fears, Allanis, Paralamas, e uma infinidade de grupos, bandas e cantores.
Só que no meio desse ambiente de sonho aconteceu uma tragédia. Manolo chegou quase chorando na escola. Manolo era querido por todos, era grandão, meio desengonçado, e gago. Por isso chamávamos de Manolo, meio que para criar uma antítese entre o apelido diminuto e a sua pessoa. Também era meio burrinho, sim, mas isso era questionável, pois naquela época o João Luiz era considerado um dos colégios detentores da nata educacional de Nova Iguaçu City. Ah… falta um pequeno detalhe: o pai de Manoel era um pastor evangélico. E o pior: Manoel era fã de carteirinha do Guns and Roses.
Prontamente perguntamos o porquê do desespero de Manoel.
Manoel nos disse o que aconteceu, quase perdendo a respiração, numa mistura de ódio e vontade de chorar:
- Me- meu p-pai mandou eu quebrar to-todos os meu discos do Guns a-a-and Roses...
Putz… aquilo foi um golpe para o rapaz. Vou sintetizar a história pra vocês: estava rolando uma oração na casa do Manoel, daquelas bem “quentes” e o pai num aceso de extremismo soltou lá da sala a seguinte pérola:
- Manoel! vem cá mancebo!
- Q-que q-que foi p-pai?
- Aqueles discos que você tem no quarto são do capeta!
- Que i-isso p-pai!
- Varão… se você não queimar esses troços, o capiroto vai tomar conta da sua alma!!!!!Voxê quer isso mancebo?
- Na-não… isso na-não p-pai!
- Então você já sabe o que fazer…
- Te-tenho q-que jogar fora?
- Não! Você tem que queimar! Queimar! Queimar!!! Glória!!!!!!

Manoel nos contou que sentou um arrepio. Sentiu que devia realmente fazer aquilo, mesmo contra a sua vontade. Entrou no quarto como um raio, olhou para os discos no canto do quarto e pegou-os de uma só vez. Imaginem a cena… Ele olhou para os discos pela ultima vez… Manolo chegou a dizer que parecia que Axl Rose começou a se mexer na capa de um dos discos… ele prendeu a respiração, pegou uma caixa de fósforos (marca Olho… rsrs) foi para o quintal e fez uma fogueira com os seus discos enquanto os gritos da galera da igreja ecoavam pelo quintal, reverberando no crepitar das chamas… (putz… exagerei aqui… rsrs).
O pai ainda disse da porta de casa:
- Manoel, eu trouxe aqui essa obscenidade do demônio pra você queimar também…
Era uma camisa do Guns and Roses, que Manoel só tinha conseguido comprar na Alquimia (famosa loja de rock em Nova Iguaçu) depois de fazer uma vaquinha com o pessoal do colégio. Uma preciosidade, pelo menos pra ele. Era surrada, mas era sua. Estava imunda, mas era sua.
Manoel pegou a blusa tremendo (enquanto contava pra gente, seus olhos pareciam soltar as mesmas labaredas que a fogueira do seu quintal) e sem olhar para as chamas lançou a blusa, que foi caindo lentamente rumo a seu destino… o inferno em forma de fogueira que tinha sido montado no quintal do Manoel.
Após essa historia, todo mundo ficou meio traumatizado na turma. Manolo demorou muito tempo pra se recuperar do trauma. De vez em quando ele sonhava que o Axl Rose subia em cima dele na cama e tentava sufoca-lo dizendo:
- Por quê? Por quê? Por Quêêêêêêê??????
O problema é que Manoel não conseguia se conformar com tudo aquilo. Depois que aconteceu, o sangue esfriou, a cabeça “voltou” pro lugar, ele viu a suposta “besteira” que tinha cometido. Manoel não se aquietava. E o pior: passou a ter acessos de loucura que eram a verdadeira alegria da galera da minha sala. Sim, a situação era triste, mas sinceramente, Manolo nos proporcionava momentos inesquecíveis. Certa vez, estávamos com uam galera da turma no Top Shopping (o famoso Shoping do “Oi”) quando alguém mandou essa pra ele:
- Manoel, duvido você soltar um palavrão aqui no meio do Shopping…
- A é? Aé? Perae…

A cena foi inacreditável. Manolo foi para o meio da Praça de alimentação. Os olhares se concentraram nele, olhares incrédulos é verdade, mas ávidos por comprovar que o cara tinha realmente enlouquecido. Manoel afastou as pernas, abriu os braços (imaginem a cena…) e mandou com toda a força dos seus pulmões:
- POOOOOOORRRRRRRRR*************!!!!!!!!!!!!!!!
O resto da cena eu não pude ver: fechei os meus olhos e dei meia volta, quase sufocado pela vontade de gargalhar e cair no chão. As risadas foram gerais, o shopping tremeu… Manolo ficou ali, no meio, parado, bufando, suado, sorrindo pela tarefa estar concluída e sua honra intacta…
Na saída, no despedimos do resto da turma e fomos embora, adivinhe com quem eu fui embora? Isso… com ele. Manolo.
Perto ainda do Shopping, o destino nos guardava uma das suas peças mais loucas. Manolo andava pela beirada da rua e eu estava na calçada, a conversa rolava agradável, estávamos nos aproximando de uma esquina quando fomos surpreendidos por um barulho de carro aumentando. Quando olhei pra trás, um carro literalmente voando baixo passou quase atropelando Manoel. Meu amigo… o moleque deu um pulo pra trás digno de Wolverine, e por pouco escapou de ser massacrado pelo carro. O veículo virou a toda na esquina e sumiu da nossa vista. Manolo permaneceu impassível diante da sua “quase morte”. Eu, como sempre faço nesses momentos, fiz a pergunta mais clichê possível para não me comprometer:
- Você tá bem cara?
Manolo não disse nada, só acenou com a cabeça um “Sim” e continuou a caminhar. Ignorei o acontecido e continuei ao seu lado imaginando um assunto para quebrar aqueloe gelo. Entretanto, algo nos aguardava. Quando viramos a rua, quem estava parado no sinal, ali na nossa frente?
Sim.
A poucos passos de distancia estava ali.
O carro que quase acabou com a existência de Manoel.
Instintivamente olhei para ele e pressentindo algo terrível, esbocei um pedido de “Calma” para Manoel. Mas foi inútil. O moleque já estava correndo em direção ao carro. Meu coração disparou. “E se forem bandidos? E pior… e se for um policial? Putz... Que loucura o Manoel vai dizer? E se os caras mandarem bala? E o pior... se eu levar bala? Merda...” Esses pensamentos invadiram a minha mente a ponto de quase ouvi-los. Continuei a caminhar, amedrontado é obvio, devido ao fato de estar quase do lado do carro. A janela estava aberta. Manoel olhou para dentro do carro e repetindo a cena do Shopping, soltou um estrondoso...
- POOOOOOORRRRRRRRR*************!!!!!!!!!!!!!!! Querem me matar? Querem me matar? É? É? então mata! Passa por cima! Isso! Mata mêrmo! Já basta os discos queimados! Merda! Eu não agüento mais! Mata! Mata! É um favor! Ta esperando o quê? Bosta! Passa por cima logo! Quer me matar? É? É?

E finalizou sua catarse com mais um...
- POOOOOOORRRRRRRRR*************!!!!!!!!!!!!!!!

Quando me aproximei, já me preparando para o pior, olhei para dentro do carro e quase morri de susto: um casal de velhinhos se encolhia desesperadamente.
Isso mesmo.
Um casal de velhinhos.
A senhora estava sentada no banco do carona, com a janela aberta a poucos centímetros daquela besta fera chamada carinhosamente de Manolo, ela estava vestida lindamente com um vestido de florzinhas. Com seus cabelos levemente encaracolados e dotados de um tom acinzentado mas que não disfarçava os fios alvos que pendiam de sai cabeça, ela tremia e fechava os olhinhos devido a saraivada de baba que se desprendia da boca imensa de Manolo. O velhinho (seu esposo suponho), carequinha, com bochechas de buldogue velho, estava com os olhos arregalados, os óculos chegaram a cair do seu rosto devido ao susto e desesperado, começou a girar desesperadamente o mecanismo que fechava a janela do carro, num impulso angustiante para salvar a sua amada da meia idade e dizia baixinho:
-Calma menino... calma...
O sinal abriu.
Verde.
O carro disparou cantando pneu.
Manolo estava bufando e novamente eu fiz a pergunta mais clichê do mundo:
- Você tá mais calmo?
- Como nunca estive na vida... como nunca estive... nunca...


Depois desse dia, Manolo voltou a ser o que era antes.
E recuperou toda a coleção do Guns and Roses.

Oasis (Live forever!!!!!!!)



Separei alguma das frases mais doidas desses dois caras que formam uma das maiores bandas do mundo: o Oasis. Pra mim, esses caras representam muito do que o espírito rock and roll tem de mais vivo: a postura, o egocentrismo, a genialidade, o prazer de fazer o que se gosta, a rebeldia, a atitude. É claro que esses dois extrapolam um pouquinho de vez em quando, mas mesmo assim eles são demais. Com vocês, os irmãos Liam (vocal) e Noel Gallagher (guitarra):

"É uma boa coisa a gente ter ganho, porque senão a gente ia quebrar tudo."- Liam recebendo um prêmio

"Disciplina? Eu não sei o significado dessa palavra"- Liam

"Não vou ser músico de rock por 20 anos. Quero desafios. O rock é muito simplório. Veja o nosso caso. Começamos a tocar, e em menos de três anos já éramos os maiores do mundo." - Noel

"É claro que eu gosto do sucesso. Mas eu perdi minha liberdade no momento em que aprendi a escrever canções. Agora estou preso à minha guitarra pra sempre."- Noel

Tá perguntando se eu sou feliz? Olha, tenho 87 milhões de libras no banco, um Rolls Royce, 3 fãs me perseguindo, vou entrar na diretoria do Manchester City, faço parte da maior banda do mundo. Estou feliz? NÃO, eu quero mais!!!"- Noel

"Nós não somos arrogantes, nós só achamos que somos a melhor banda do mundo"- Noel

"Se alguém pensa que é durão pra tirar a gente do palco, pode subir no palco agora."- Liam

"Eu adoro tocar música. É um dom que foi dado a mim...e enquanto eu acreditar que eu tenho algo válido para ser colocado na forma de uma música então eu continuarei fazendo. Mas quando eu sentir que não, eu pararei e farei outra coisa tipo abrir uma casa de prostituição ou trabalhar num açougue."- Noel

Entrevistadora: Eu tenho comigo um dos astros do Oasis...
Noel: O que você quer dizer com 'um dos astros'?

"Se você não quiser ser a melhor banda do mundo, é melhor você desistir."- Noel

"Eu estava andando e vi uma cadeira voando, depois outra, depois outra, e eu pensei, vai ser uma noite legal."- Liam nos prazeres da turnê

sexta-feira, novembro 18, 2005

Phil Collins


Comprei o dvd novo desse cara "First final farewell tour"... putz... naum consigo parar de assistir! é a minha infancia passando pelos meus olhos e aguçando meus ouvidos...
estou preparando um texto sobre isso... infancia, lembranças, tempo...
por enquanto, fiquem com uma das letras (meio bregas... é verdade..) mas que embalaram a minha infancia e boa parte da minha adolescencia (e por que não boa parte da minha vida? rsrs) Vocês acreditam que eu começei a tocar bateria depois de assistir a um show desse cara? aguarde o texto e vocês saberão mais... rsrs
Groovy King Of Love (tradução)
Phil Collins

Um tipo de amor formidável
Quando estou me sentindo triste, tudo que tenho de fazer
É dar uma olhada em você, então não fico mais tão triste.
Quando você está perto de mim, posso sentir seu coração bater,
Posso ouvir você respirando próximo do meu ouvido.
Você não concordaria, baby que
Você e eu temos um tipo de amor formidável?
A qualquer hora que você queira, você pode me transformar em
Qualquer coisa que você queira, a qualquer hora mesmo.
Quando beijo seus lábios, ooh eu começo a tremer,
Não consigo controlar o estremecimento por dentro.
Você não concordaria, baby queVocê e eu temos um tipo de amor formidável?
ohQuando estou me sentindo triste, tudo que tenho de fazer
É dar uma olhada em você, então não fico mais tão triste.
Quando estou nos seus braços, nada parece ser importante,
Meu mundo inteiro poderia se despedaçar, eu não ligaria.
Você não concordaria, baby queVocê e eu temos um tipo de amor formidável?
Nós temos um tipo de amor formidável,
Nós temos um tipo de amor formidável,
oh
Nós temos um tipo de amor formidável.
Ah... vai dizer que não é bonitinha... HUAHUAHUAHUA!!!
seus insensíveis...
Um abraço a todos!

sábado, novembro 12, 2005

Um aviso...


Pessoal, quero primeiro esclarecer o seguinte, o texto abaixo ("Xinfirinfula") foi feito num momento de delirio... não é pra ser levado a sério... existem inumeras falhas filosóficas nele, por isso, aconselho você a lê-lo sem nenhum tipo de seriedade... seja compreensivo valeu? Eu mereço...rsrs
AH! Deixo aqui minhas indicações de filmes pra vocês (esses foram os ultimos filmes que eu vi...)1- Madagascar (Dream works)... putz... muito tempo que eu não ria assim... rs um desenho manerissimo... prestem atenção nos pinguins e on rei de Madagascar... hilários!
2- O aviador, com o boiolinha Leonardio di Caprio... (estou pensando em escrever algo sobre esse filme...). Por incrivel que pareça, o ex da Gisele Bundchen manda muito bem na pele do milionario excentrico e portador da sindrome do transtorno obssessivo compulsivo Richard Hugues (acho q é esse o nome..rs). Muito bom! direção de Martin Scorcese.
3- Em busca da terra do nunca (Johnny Depp... sem comentários... o cara é sinistro... excelente ator, e olhaque eu não sou de dar elogios pra esse tipo de gente hein... hahuahuahuahuahua!!!!)
4- Star Wars III - A vingança dos Sith (a mudança de personalidade e os conflitos psicologicos de Anakin Skywalker foram muito bem interpretados pelo ator em questão... chega a dar medo do moleque quando ele começa a mudar pra Darth Waden... olha a musiquinha! pãpãpãpa...pã..pãpã..pã..pãpã...)

sexta-feira, novembro 11, 2005

Xinforínfula


Passei um tempo sem postar nada. Sinceramente não estava encontrando um assunto “decente” para postar. Ultimamente meus textos estão muito “engraçadinhos”, logo, queria um assunto mais calmo, sabe? Algo diferente das bobeiras que eu tenho escrito. Não que tudo o que eu escreva seja de suma importância para a existência de alguém, mas simplesmente achei que deveria quebrar um pouco a seqüência, para dar uma respirada. Uma pausa.
...
Alguém pode reclamar, que preferem meus textos “engraçadinhos”. Dirão que eles são melhores do que os meus textos “calmos”. Pessoas já confidenciaram que não conseguiam ler determinados textos por vários motivos: textos grandes demais, chatos demais, textos simplesmente "demais", texto tão engraçados que não conseguiram terminar de ler "normalmente". Não conseguiam nem abrir os olhos de tanto rir. Por outro lado, minha abordagem de assuntos meio que “existenciais” me fizeram ter um grande número de... hum... "admiradores" (a palavra certa seria essa?). Outros ficam preocupados com as minhas “black dogs” (traduzindo: minhas crises, meus momentos de reflexão, minhas doideiras existenciais... rsrs) demonstrando solidariedade nos meus momentos mais shakesperianos (ser ou não ser... eis a questão). Mas fica ai a questão: O que escrever? Pensei num assunto e fiquei semanas imaginando algo para colocar aqui.
Uma frase? Hum... não...
Uma figura? Ah... não, não...
Texto de outra pessoa? Sei lá... vai que alguém descobre...
Já sei ! sobre Nada! Ah...pode ser...
De vez em quando eu fico conversando com a Vanessa (professora de português) sobre isso. Na realidade, as conversas com a Vanessa são loucas... as vezes eu chego a pensar que nada do que eu vejo é real de tão loucas são as teorias dessa menina ... ela é uma filosofa encubada... quase um Descartes em versão feminina. Mas enfim, eu decidi... Sobre o Nada! Prometi a mim mesmo fazer o texto mais surreal desse blog. Um texto tão estranho como o “Ulisses” de Jaimes Joyce (é obvio que eu não estou querendo me comparar a esse cara... se puderem, tentem ler o livro...)Meu caro leitor: será que eu consigo escrever um texto sobre algo totalmente inútil e nonsense? Por quanto tempo eu conseguirei te prender aqui, lendo uma baboseira pseudo intelectual que no fim não vai explicar nada? Nadinha? Nadica? Necadepitibiriba? Nothing? Será que você vai agüentar ler isso até o fim? Será que conseguirei escrever um texto sobre “Nada”?
Será?
Será?

Vejamos...

Cheguei a te a pensar em algo do tipo: “O Nada e a Ausência de tudo”.

Respira fundo...

Qual a diferença entre o “Nada” e a “Ausência de tudo”? Poderíamos começar assim:
Algumas hipóteses para isso. O "Nada" é a falta de algo ou seria a inexistência de determinada coisa? Devemos ponderar que "Falta" e "Inexistência" são coisas completamente diferentes... Então anota ai...
"Falta" seria, com uma definição bem simplista, a necessidade de ter algo, mas esse algo não estaria nos limites da nossa percepção. Por exemplo: na frase “Tá faltando mostarda aqui nessa esfiha”: a mostarda se encontra em algum lugar da espelunca em questão (no caso uma pastelaria bem imunda do centro de Nova Iguaçu), mas estando do outro lado do balcão (colado com durepox...) seria impossivel alcançá-la. Isso é "falta".
"Inexistência" já é algo completamente diferente. Mudando a frase, poderíamos explicitar nosso desejo dessa forma: “Ta faltando Xinforínfula nessa esfiha”.
Putz... o que é Xinforínfula?
Alguém sabe?
Alguém?
Hã?
Ninguém sabe?
Não... Isso ai é um retrato do Frank Aguiar, não é uma Xinforínfula...
Fala aí criatura!
Bom, podemos definir o seguinte: uma Xinforínfula não existe, (exceto na mente doentia de Chaves...). Logo, a inexistência se aplica a esse caso. "Inexistência" pode ser definida parcamente como algo que não é, pois não existe dentro do nosso campo de percepção. Ele não é porque nunca existiu! Mas então outro problema surge: Mas, se a pessoa em questão entende que “mostarda” na realidade é “Xinforínfula”? E se pra ela aquele troço amarelo (dependendo da pastelaria que você for pode assumir tons marrons dependendo da validade...) não fosse “mostarda” e sim uma saborosa (e picante) “Xinforínfula”? Pra ela é isso! E agora? Putz... A pessoa tem uma visão diferente dos demais... assim como um gesto em um país pode ser um cumprimento e em outro país pode ser uma ofensa, nesse caso, uma mostarda seria uma xinfirínfula...
Calma que eu vou explicar... continua lendo hein... rsrs

Kant escreveu que o fato de percebermos as coisas no tempo e espaço (que são atributos do homem, não são atributos físicos), é uma característica inerente ao homem. Logo, ele descarta outro filósofo, John Locke, que achava que a mente humana no inicio é como uma tabula rasa, ou seja, nós nos programamos para o mundo: para Kant, a própria consciência (previamente programada) impõe sua marca no modo como percebemos o mundo. Kant achava que cada um tem a sua própria percepção de mundo, o que contrariava outro louco varrido chamado Descartes, que achava que os sentidos nos dão a melhor versão de mundo possível (o famoso Cogito ergo sun “Penso, logo Existo”]). Para Kant, até a nossa mente pode nos enganar, pois cada um tem a sua própria mente (“Mente é igual... cada um tem o seu” lembra?) Assim como eu posso me ver no espelho, mas não me vejo como outra pessoa me vê. Logo, uma pessoa tem uma percepção diferente da mesma coisa. No caso a "coisa" em questão pode ser você ou a Preta Gil, ou então a Regina Casé ou a Ana Paula Padrão (que no caso seria a coisa mais linda do mundo...uiuiui). Um exemplo histórico: Para um europeu do século XV, um cavalo era simplesmente um cavalo, embora cada cavalo tivesse suas idiossincrasias: cada um tem um preço, uma qualidade, uma linhagem, um jeito de trotar, um cheiro específico (dependendo do que tinha comido ou do tempo do ultimo banho...). Para ele, aquilo era somente um cavalo. Mas para um índio, um cavalo era um monstro! Seria impossível descrever qual foi a sensação de um índio que avistava pela primeira vez um cavalo em ação. Como os cavalos eram desconhecidos na América pré-colombiana, o choque inicial foi terrível... seria o mesmo se nós humanos do século XXI avistássemos mercurianos. Primeiro, todo mundo tem na mente o pré-conceito de que extraterrestres são “marcianos” e não “mercurianos”... (a Xuxa pelo menos, entrava na nave e ninguém pensava que ela era uma marciana... Ela vinha de um outro planeta... um planeta de “vida fácil”... nossa... como sou mau... huahua!) e outra, nós só pensamos nos extraterrestres como mais avançados. E se por um acaso eles pousassem aqui numa carroça? E se eles quisessem lutar contra nós de arco e flecha na mão? E se eles dissessem “vosmicês terraquianos” ao invés de “vocês, vassalos terráqueos”... E se ao invés de “raio laser” eles tivessem somente uma espingarda? E se eles ao invés de destruir a Casa Branca com uma bomba atômica colocada delicadamente no vaso sanitário do George W. Bush, eles começassem a tirar fotos como turistas japoneses e espernearem pedindo pra ver o Cristo Redentor? Já pensou um extraterrestre no piscinão de Ramos? Luis Fernando Veríssimo já escreveu um conto desse tipo. Extraterrestres burros? Seria demais... Seria uma afronta a toda a nossa literatura de ficção cientifica. E “Independence Day”? E “Marte Ataca”? E “ET”? “Minha casa!”. “Telefone!” Quanto dinheiro desperdiçado! Julio Verne soltaria um Pum do seu túmulo. Orson Welles iria chorar ao se lembrar do seu “A guerra dos mundos”. Seria uma espécie de desilusão para a nossa raça, descobrir que nós somos os mais inteligentes do universo... portanto, cada pessoa vê o mundo de uma forma. Uma mostrada pode ser boa pra uns e péssima pra outros. E para um daltônico (ah... vamos viajar um pouco... eu sei que no caso seria vermelho e verde... mas só imagina... rsrs) a mostarda não poderia ser amarela, mas sim verde... Pode ser mostarda pra alguns e “xinforínfula” pra outros.

Respira...
Vamos voltar ao assunto inicial.

E a “ausência”? Seria condenável achar que a “Ausência de tudo” seria a falta de algo que já existiu mas não está ali? O que é, se não existe mais, determina a principal característica de algo que já foi, mas a “Ausência de tudo” seria algo que existe, mas não naquele momento, em nenhum plano de percepção. O "zero" seria a ausência ou o Nada? Seria a ausência, pois até mesmo o "zero" tem o seu valor, ele existe como uma ausência de valor, logo ele representa algo, enquanto que o Nada não representaria a si mesmo... O nada seria o “Nada completo”, enquanto que por “Ausência de tudo” entenderíamos que algo existiu uma vez, mas hoje não mais e...


Chega!!!!!!!!!!!


Viu como eu consegui escrever um testamento sobre coisa alguma? Quase três páginas sobre "nada"... Mas... esse texto é a ausência de tudo ou é um nada... acho que é a ausência... ou seria um nada... mas ele está aqui... logo ele existe... mas isso não quer dizer nada...

Hum...


Da próxima vez eu escrevo algo “engraçadinho”...